terça-feira, 31 de maio de 2011
Lamb: 5
quinta-feira, 26 de maio de 2011
The Machinist de Brad Anderson
quinta-feira, 19 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Outrora à Musa Perguntei
Respondeu-me:
No fim encontrá-lo-ás.
Nenhum mortal pode abarcá-lo.
Quero guardar o silêncio sobre o Altíssimo.
Porém a Pátria é sobretudo
Fruto proibido, tal como o loureiro. Mas que por fim
Cada um venha a dele provar.
Muito engana o princípio
E o fim.
Porém o último é
O sinal do Céu, que arranca
...... e.............. homens
Para longe. Disso teve medo
Hércules. Mas por termos nascido
Indolentes, é necessário o falcão, cujo voo
Era seguido por um cavaleiro
Ao caçar.
No............ quando
E o príncipe
......................e o fogo e vapor de fumo floresce
Sobre seco relvado,
E no meio, sem mistura, o bálsamo
Da batalha, a voz que brota do príncipe.
Vasos são a obra de um artista.
E compra
...............................mas quando
Chega a altura do julgamento
E tocou castamente o lábio
De um semideus
E oferece o que mais ama
Aos estéreis
Pois a partir de agora deixa
O sagrado de ter utilizade.
Christina Rossetti: O Mercado dos Duendes e outros poemas (Versão de Margarida Vale de Gato)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Algumas notas sobre Christina Rossetti
2010, ed. Relógio d´Água
Canção
Não me cantes canções tristes;
Nem rosas em minha campa
Plantes, nem sombrios ciprestes.
Sê tu a relva que cobre
E com orvalho me aquece;
E se quiseres recorda,
E se quiseres esquece.
Não hei-de sentir a sombra,
Não hei-de sentir a chuva;
Nem ouvir a cotovia
Cantando como viúva.
E, sonhando p'lo crepúsculo
Que nunca há-de findar,
Feliz possa eu lembrar
E feliz possa olvidar.
Song (1848)
..........Sing no sad songs for me;
Plant thou no roses at my head,
..........Nor shady cypress tree:
Be the green grass above me
.........With showers and dewdrops wet;
And if thou wilt, remember,
..........And if thou wilt, forget.
I shall not see the shadows,
..........I shall not feel the rain;
I shall not hear the nightingale
..........Sing on, as if in pain:
And dreaming through the twilight
...........That doth not rise nor set,
Haply I may remember,
............And haply may forget.
Algumas notas sobre Christina Rossetti
Eco
.............Vem no silêncio sussurrante de um sonho,
Vem com faces cheias e doces e olhos brilhantes
..............Como a luz do sol num regato,
..................Vem de volta em lágrimas
Oh! memória, esperança, amor de anos findos.
Oh! sonho deco, tão doce, demasiado amargo e doce,
..................Cujo acordar deveria ter lugar no Paraíso,
Onde as almas transbordantes de amor vivem e se encontram
...................Onde os olhos sedentos anelantes
.........................Observam a lenta porta
Que abrindo-se, deixando entrar, não mais deixa sair.
Mas vem até mim em sonhos, para que possa de novo viver
,,,,,,,,,,,,,,,,,,,A minha vida verdadeira, embora fria na morte
Vem de volta para mim em sonhos, para que possa dar
...................Pulsar por pulsar, alento por alento:
..........................Fala baixinho, inclina-te mais
Como há tanto tempo, meu amor, há quanto tempo.
Echo (1854)
............Come in the speaking silence of a dream;
Come with soft rounded cheeks and eyes as bright
.............As sunlight on a stream;
.............Come back in tears,
O memory, hope and love of finished years.
O dream how sweet, too sweet, too bitter-sweet,
.............Whose wakening should have been in Paradise,
Where souls brim-full of love abide and meet;
..............Where thirsting longing eyes
..........................Watch the slow door
That opening, letting in, lets out no more.
Yet come to me in dreams, that I may live
...............My very life again though cold in death;
Come back to me in dreams, that I may give
...............Pulse for pulse, breath for breath:
..........................Speak low, lean low,
As long ago, my love, how long ago.
Christina Rossetti
Goblin Market and Other Poems
1962
A primeira representação de Elizabeth Siddal
The Ghost Writer de Roman Polanski
domingo, 15 de maio de 2011
Manos artistas...
quarta-feira, 11 de maio de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
A Nightmare on Elm Street de Samuel Bayer
segunda-feira, 9 de maio de 2011
5 coisas que eu proíbia na Feira do Livro de Lisboa
2: o espaço bizarro e megalómano da Babel
3: as aulas de ginástica ao fim-de-semana
4: a mistura de editoras de literatura com as de literatura infantil
5: as barracas das farturas
Boas notícias
Crises, Casamentos e outras coisas começadas por C
Aqui há uns dias, encontrei algo de interessante: com as medidas impostas pela troika do FMI & Cia, estavam a fazer um especial sobre o ponto de vista dos portugueses residentes em Londres acerca do casamento real. Eu tenho pouco talento para este tipo de matérias e, até ter visto uma notícia no jornal, na véspera do casamento, pensava que o princípe que ia casar era o Harry. Evidentemente, nem segui o casamento pela TV, nem andei à procura de nada sobre o assunto, por várias razões, das quais a mais decisiva é o facto de não me importar.
domingo, 8 de maio de 2011
7 Livros de Contos
António Lobo Antunes: Livro de Crónicas (ed. Dom Quixote)
Luísa Dacosta: Corpo Recusado (ed. Figueirinhas)
O caso de Luísa Dacosta, de que tenho vindo a falar aqui há já algum tempo, é um caso realmente de excepção entre nós: ao contrário do habitual, grande parte da obra de Luísa Dacosta é precisamente escrita em contos e crónicas. Além destas, a publicação de dois diários é ainda assinalável; e, até agora, Luísa Dacosta publicou apenas um romance, "O Planeta Desconhecido e Romance da que Fui Antes de Mim". "Corpo Recusado", de 1985, é o mais recente de três livros de contos que a autora publicou, e escolho-o por razões pessoais, uma vez mais. É neste livro que Luísa Dacosta mais plenamente consegue abordar o tema da solidão humana e do desamparo, construídos os contos, a um tempo, por uma linguagem encantarória que nem por isso é menos realista e crua no seu olhar sobre o real e, principalmente, sobre as pessoas.
Maria Isabel Barreno: Contos Analógicos (ed. Rolim)
"Contos Analógicos" é o primeiro livro de contos de Isabel Barreno, publicado já depois de dois dos seus mais importantes romances: "Os Outros Legítimos Superiores" e "A Morte da Mãe". O seu estilo de escrita pende muito para um lado analítico profundo, que se torna quase ensaístico. No entanto, a transição para textos mais curtos (Um destes contos não chega a ocupar uma página.) não apaga essa dimensão da escrita de Maria Isabel Barreno. Pelo contrário, este livro quase cataloga alguns exemplos de estruturas sociais e humanas e aí mesmo reside a sua maior força: a capacidade que tem de, em muito poucas palavras, despertar todo um sistema filosófico.
Maria Regina Louro: Sapos Vivos e Outros Monstros (ed. Relógio d´Água)
Nuno Júdice: O Tesouro da Raínha de Sabá (ed. Rolim)
Apesar de eu não ser um apreciador da poesia de Nuno Júdice (Excluindo alguns livros que me parecem de uma muito interessante linguagem simbolista.), acho que na ficção, Júdice tem obras bastante interessantes. Este "conto pós-moderno" é um bom exemplo disso, contando com uma narrativa algo futurista, mas sempre através de uma linguagem metafórica e muito poética.
De assinalar é ainda a colecção "Fantástico", das edições Rolim, uma colecção bastante longa e constituida maioritariamente por contos (Ainda que hajam algumas novelas.), contrariando a tendência do mercado para o romance.
É mesmo verdade
Than that you should remember and be sad
Christina Rossetti
Fear Itself: Spooked de Brad Anderson (1x02)
Contagem Decrescente
com humor negro
e juras de mudança de vida.
A teu lado os amigos
comprometem-se – pelo menos esta noite –
a não deixar que diante de ti se abra
um abismo de sujeições.
Mas pouco a pouco
distrai-os a contagem decrescente,
um fogo-de-artifício
no céu televisionado.
Habituaste-te
a acertar as horas
pelo rumor de uma estrela,
acendendo cigarro atrás de cigarro,
embora às vezes ainda esperes
Qualquer recompensa
do tempo inamovível.
Jorge Gomes Miranda
Postos de Escuta
ed. Presença, 2003
pintura de Isabel de Sá