quinta-feira, 31 de julho de 2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

hoje

ás 21:30, valter hugo mãe estará na livraria Centésima Página, em Braga, a apresentar o seu novo romance, "o apocalipse dos trabalhadores".
De seguida, teremos um showcase da banda cabesssa lacrau, que inclui, além do escritor, elementos dos Mão Morta e dos Mecanosphére.
Apareçam.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

antónio lobo antunes

acaba de vencer o Prémio Camões. Merecidíssimo, claro.

A par com esta boa notícia, é já em Setembro que a D. Quixote, onde o escritor aceitou ficar, publicará o novo romance do autor. O título já é conhecido: O ARQUIPÉLAGO DA INSÓNIA.

Como doente incurável de insónias, fico à espera ainda mais do que o habitual.

2 daquelas músicas

que parecem ter sido escritas sobre (Neste caso.) mim... (Crises de egocentrismo têm sempre o seu quê de depressivo, não é?)

IT´S NEVER OVER
Well it seems like I'm losing all the time
I gotta run up a bill'
Till this dark horse is leaving
And I know you'll be leaving
But a memory of distant diesel nights
You put a crown on my head
But I'm wishing you never had
'Cause now I´ve less than I ever had
But I know
When this street lamp fades
You're scheming up your next parade
And the time slowly climbs
'Till you're here
Daze darken my days
I watch you play or pray
It's never over
I'll be waiting here wishing you were over here
It seems destiny means
How long you'll play unfair
It's never over
I'll be waiting here wishing you really cared
When I'm seeing that look that's in your eyes
You know I will be here
I'll be giving you anything
Always giving you anything
But I know
When this street lamp fades
You're scheming up your next parade
Then you're gone
Creeping home
And this feeling creeps in
Alone
But it seems like I'm losing all the time
(It's never over)
Gonna run up a bill
(It's never over)
(It's never over)
How long must I think that you don't care
(It's never over)
You keep on changing your mind
(It's never over)
(It's never over)
Kate Walsh, "Clocktower Park" 2003
FALLEN
Heaven bent to take my hand
And lead me through the fire
Be the long awaited answer
To a long and painful fight
Truth be told I've tried my best
But somewhere along the way
I got caught up in all there was to offer
And the cost was so much more than I could bear
Though I've tried, I've fallen...
I have sunk so low I have messed up
Better I should know
So don't come round here
And tell me I told you so...
We all begin with good intent
Love was raw and young
We believed that we could change ourselves
The past could be undone
But we carry on our backs the burden
Time always reveals
In the lonely light of morning
In the wound that would not heal
It's the bitter taste of losing everything
That I have held so dear.
I've fallen... I have sunk so low
I have messed up
Better I should know
So don't come round here
And tell me I told you so...
Heaven bent to take my hand
I´ve nowhere left to turn
I'm lost to those I thought were friends
To everyone I knew
Oh they turned their heads embarassed
Pretend that they don't see
But it's one missed step
You'll slip before you know it
And there doesn't seem a way to be redeemed
Sarah McLachlan, Afterglow 2006

quinta-feira, 24 de julho de 2008

videos imperdíveis

sugestões do Camel & Coca-Cola para um serão no YouTube.


Marilyn Manson: The Nobodies
álbum: Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death), 2000, realizador: Marilyn Mason, Paul Fedor

Placebo: Taste In Men
álbum: Black Market Music, 2000, realizador: Barbara McDonough

The Gift: 11:33
álbum: AM-FM, 2005, realizador: Danny Passman

Muse: Supermassive Black Hole
álbum: Black Holes and Revelations, 2006, realizador: Floria Sigismondi

Massive Attack: Inertia Creeps
álbum: Mezaninne, 1998, realizador: WIZ

Bjork: Who Is It?
álbum: Medulla, 2004, realizador: Dawn Shadforth

Tori Amos: Cornflake Girl
álbum: Under The Pink, 1994, realizador: Tori Amos e Nancy Bennet

Radiohead: Idioteque
álbum: Kid A, 2000, realizador: Dilly Gent

Blind Zero: Shine On
álbum: The Night Before and a New Day, 2005, realizador: Rui de Brito


Christina Aguilera: Fighter (ok, a música pode não ser nada de especial, mas o vídeo é, e ela tem uma excelente voz.)
álbum: Stripped, 2002, realizador: Floria Sigismondi

Portishead: Sour Times
álbum: Dummy, 1994, realizador: Alexander Hemming

quarta-feira, 23 de julho de 2008

wuthering heights

Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too. ~
Bad dreams in the night
You told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights.
Heathcliff, it's me,
your Cathy,
I've come home.
I´m so cold,
let me in-a-your window
Ooh, it gets dark!
It gets lonely,
On the other side from you.
I pine a lot.
I find the lot
Falls through without you.
I'm coming back, love,
Cruel Heathcliff, my one dream,
My only master.
Too long I roamed in the night.
I'm coming back to his side, to put it right.
I'm coming home to wuthering, wuthering,
Heathcliff, it's me, your Cathy, I've come home.
I'm so cold,
let me in-a-your window.
Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
You know it's me--Cathy!
Heathcliff, it's me, your Cathy,
I've come home.
I´m so cold,
let me in-a-your window
Kate Bush, "The Kick Inside", 1978

terça-feira, 22 de julho de 2008

sábado

é a última sessão dos "Encontros com Poetas do Porto" de Fundação Eugénio de Andrade. Desta vez, a convidada é Helga Moreira, de quem deixo um poema, para que apareçam. Ás seis e meia.



Um ou outro assunto isento
queria aqui deixar.
Por exemplo.
Levanto-me cedo, tomo o pequeno almoço
fumo um cigarro, ou quantos?

Depois de pronta desço
das escadas os três lanços.
E logo em baixo café, tabaco, jornais.
Inusitado no poema –
queriam um lírio, uma açucena –
e não coisas tão banais?






de "Tumulto", 2003, edição & etc

sábado, 19 de julho de 2008

em viagem

foto: Graça Martins, no Chiado

quinta-feira, 17 de julho de 2008

amanhã

no Centro Cultural São Mamede, em Guimarães, às 22 horas inaugura a já aqui referida exposição "Elogio do Essencial/E Agora Estamos Aqui" de Isabel Lhano. Façam o favor de aparecer.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

puta que pariu o exame de geometria

terça-feira, 15 de julho de 2008

não tenho escrito nada por estar inscrito no exame nacional de geometria descritiva. e agora não faço mais nada...

sábado, 12 de julho de 2008

adília e raoul





A solidão
de Adão
antes da criação
de Eva
devia ser
terrível
mas a minha
é bem pior
os homens
que escreveram
o Génesis
não pensaram
que Adão
em vez de saudar
Eva
com um grito de júbilo
a mandasse embora
com sete pedras na mão
mas eu acho
que foi
o que me aconteceu


temendo isso
Deus
não me deu
o papel de Eva
nem o de Maria
porque também
S. José
me tinha corrido
a pontapé.
Adília Lopes, "O Clube da Poetisa Morta",
1997, edição Black Sun


Imagem: Raoul Hausmann

sexta-feira, 11 de julho de 2008

por favor

leiam todos a crónica de Mário Contomélias no JN de hoje, sobre o Exame Nacional de Desenho. Finalmente alguém que defende os alunos de Arte. O nome da crónica é "Morra o ME, morra. Pim!", e está na página 12.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Matta Clark

é, afinal, um dos mais originais arquitectos/artistas plásticos na história da Arte. Com um trabalho revolucionário, insólito e definitivamente conceptualista, Matta Clark conseguiu de tudo: desde grandes reações ao que fazia, a ter a polícia atrás de si.
Com um manifesto interesse nas estruturas, na luz e na relação do espaço com o exterior, a obra de Gordon Matta-Clark é única e irrepetível.
Recomendo vivamente a monografia sobre o artista, publicada na Phaidon.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Damião Porto: Circus, Espaço Balizado

"A Maquilhagem do Anão Pichio"

A nova exposição de Damião Porto localiza as suas imagens num espaço que o próprio título diz balizado: o circo. Não se trata de uma visão superficial ou habitual deste assunto, obviamente. De facto, pelo tipo de imagens apresentadas, nota-se uma investigação e selecção de ícones ligados ao circo.
Há algo de repulsivo e algo de comovente nestas imagens que Damião Porto pinta ou desenha. E se podemos falar das influências de Júlio Pomar ao observar as particularidades técnicas dos trabalhos, é muito mais importante referir as reminiscências ideológicas que nos conduzem a Toulouse Lautrec e Seurat, influências mais ideológicas. Há a mesma atmosfera de tristeza e de maldade que a cor e o espctáculo tapam, seguindo um pouco aquela ideia dos Queen quando dizem "the show must go on".
Assim sendo, o circo é retratado não enquanto espectáculo, mas enquanto espectáculo sustentado por seres humanos, com estados de espírito por vezes dissidentes daqueles que é suposto provocarem. Aí reside o ponto forte destas imagens: as figuras coloridas e cheias de folhos e adereços que nos olham com ódio, ou com medo, ou com raiva, ou também com alegria, claro.
A ver no Solar de Santo António, até 14 de Julho.

Damião Porto

video da exposição, como de costume com imagens da inauguração e dos trabalhos que integram a exposição.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

apenas corpos à flor da terra




Deixem que a noite passe sobre os nossos corpos,
gorda de ventos e manchada de estrelas
a perguntar de novo pelos filhos,
a acenar com asas de aviões distantes,
a abrir luzes fantásticas nas ruas,
a dançar nua e negra como os deuses selvagens.



Seremos indiferentes como espelhos,
solenes como árvores antigas, horizontais, sólidos e surdos
aos seus gritos de guerra e às falsas músicas
que nos possa trazer.
Apenas corpos à flor da terra
sabemos de cor as curvas e os tons, um sinal,
uma rosa entre os dedos, uma cicatriz funda,
um pássaro na testa da nossa geografia
humana e comovente.
Apenas corpos à flor da terra
ao sol nos abriremos de mãos dadas.



António Rebordão Navarro
Gustav Klimt, "Morte e Vida"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

2 poemas de Maria Rodrigues Teixeira+ 1 imagem de Heimo Schmidt



O FERRO DE ENGOMAR




O ferro de engomar
fora do descanso
a velha telefonia
mal sintonizada
O prego enferrujado
a meio da parede
onde repousa discreto
o teu pequeno retrato
Vestida de noiva
encostada ao parapeito
uma pequena introdução
a um romance imperfeito


No chão da cozinha
o senhor ao pé de nós
já não me sinto tão sozinha
agora não estamos sós

E aqui te deixo
o meu corpo exangue
a partilha da miséria
é mais forte que o sangue...











FILHA DE DUAS MÃES

Filha de duas mães
adoro vesti-las de igual
tenho andado à tua procura
para te amar

sobre a mesa posta
sem nenhuma vaidade
ensinar-te-ei meu amor
a praticar a caridade

nunca te direi saudade
ligo pouco ao que se diz
mas não levo muito a mal
a ideia de ser feliz

terça-feira, 1 de julho de 2008

as palavras




Na manhã em que me levantei para começar este livro tossi. Algo estava a sair-me da garganta, a estrangular-me. Rasguei o cordão que o retinha e arranquei-o. Voltei para a cama e disse: Acabo de cuspir o coração.
Existe um instrumento chamado quena que é feito de ossos humanos. Tem origem num culto que um índio dedicou à sua amante. Quando ela morreu ele fez dos seus ossos uma flauta. A quena tem um som mais penetrante, mais persistente que a flauta vulgar.
Aqueles que escrevem sabem o processo. Pensei nisto enquanto cuspia o coração. Só que eu não estou à espera da morte do meu amor.








Anaïs Nin
"A Casa do Incesto"- introdução



Imagem: Isabel de Sá