sábado, 10 de setembro de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
Anathema no Vagos Open Air (5.8.11)
Li não sei onde que, a pessoas como eu, se chama Anathemaniacs. O neologismo é, parece-me, bastante claro, e explicará certamente por que este texto, mais do que o habitual, não é nem poderia ser imparcial.
O concerto dos Anathema no Vagos Open Air 2011 foi na sexta-feira, ao fim da tarde. Desde logo me desagrada que, além de não serem cabeças de cartaz, os Anathema sejam atirados para um horário tão pouco nobre. No entanto, quando a música é boa, o resto não chega a ser nem cantigas e, na verdade, este foi o melhor concerto do primeiro dia do festival.
A banda dos irmãos Cavanagh subiu ao palco com uma longa introdução, que viria a dar origem a “Thin Air”, que é também o tema de abertura do álbum We’re Here Because We’re Here, lançado o ano passado, sendo, até agora, o mais recente. Seguiu-se “Summernight Horizon”, onde Vincent Cavanagh foi acompanhado na voz por Lee Douglas. “Dreaming Light” marca o primeiro momento suave do concerto, para ser logo de seguida compensado pela energia de “Everything”, o primeiro single do álbum de 2010.
Apresentado então o novo teclista dos Anathema, Daniel Cardoso, português, seguiu-se uma boa oportunidade para este brilhar, e também o primeiro regresso ao passado, com “Closer”, do álbum A Natural Disaster de 2003. Por norma, esta canção é tocada como segunda parte de “Balance”. Ainda que eu ache que a junção das duas canções resulta num objecto realmente grandioso, tenho que reconhecer que a escolha dos Anathema para este concerto me surpreendeu pela positiva, uma vez que a canção se mostrou um portento enquanto objecto autónomo.
E pelo passado se continuaria ainda, visitando os álbuns que mais se relacionam com a fase actual dos Anathema, com "Deep" de Judgement (1999), seguido de um regresso a 2010 com "A Simple Mistake", a soar muitíssimo mais forte ao vivo. A minha canção preferida, "Empty" foi uma boa escolha, claro, para representar o álbum Alternative 4 (1998), mas, pela segunda vez, o som é interrompido durante a canção. Tinha acontecido durante "Summernight Horizon" e aconteceu nesta canção três vezes, o que, mesmo assim, não foi suficiente para estragar o momento, já que o público não hesitou em fazer as vezes da guitarra eléctrica.
A Natural Disaster, retirado do álbum homónimo, trouxe a maravilhosa Lee Douglas para a voz principal, numa versão que se transformou numa espécie de grande dueto entre ela e Vincent Cavanagh. Foi, e com toda a justiça, um dos momentos mais aplaudidos da noite. Do mesmo álbum, Flying ainda nos deu um daqueles momentos memoráveis, com o genial solo de guitarra eléctrica com que o genial Daniel Cavanagh fecha a canção.
Depois disso, e seguindo a linha realmente mais melódica que os Anathema pareceram querer deixar para o fim, regressou-se a We're Here Because We're Here com "Universal", canção que vai crescendo discretamente até explodir num final tenso que só pode produzir um grande efeito ao vivo.
Para o encerramento, voltou-se a um dos melhores momentos de Alternative 4, e um dos melhores momentos dos Anathema, com "Fragile Dreams", que acabou por se revelar um apoteótico final.
Dada a pouca aptidão do público português para entender a música dos Anathema, está visto que não tiveram direito a encores, porque só o têm os cabeças de cartaz. Mas a hora e pouco que durou este concerto, onde, como Danny Cavanagh disse no final, tudo correu mal, acabou por resultar num grandioso concerto que nos relembra como a música dos Anathema é bela e violenta e mortífera, mas que nos reconcilia com a vida como nenhuma outra consegue.
No final, ainda houve uma muito simpática sessão de autógrafos, e a boa promessa do álbum Falling Deeper que será editado em Setembro e que agoira nova visita desta banda britânica a Portugal. São boas notícias, definitivamente.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Bem-Vindos ao Amadorismo: Um Balanço sobre o Marés Vivas
domingo, 18 de julho de 2010
Marés Vivas: Editors
O último dia do festival Marés Vivas é em definitivo a cereja em cima do bolo: um bolo de São João cheio de cantigas populares e ambiente hedonista a que não faltam bailaricos, farturas e claro, cereveja. Refiro-me ao ambiente e à organização, claro. No que respeita os concertos, há que dizer que o dos dEUS foi definitivamente excelente, ainda que fosse o de Ben Harper o mais aguardado.
sábado, 17 de julho de 2010
Marés Vivas: Placebo
O segundo dia do Marés Vivas contribuiu consideravelmente para a atmosfera de amadorismo que me pareceu tão evidente no primeiro dia.
Every You and Every Me
Battle For The Sun
Trigger Happy
All Apologies
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Marés Vivas: Goldfrapp
Number One
Ooh La La
Rocket
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Muse no Rock In Rio
Fui, isso sim, ao dia dos Muse. Diga-se de passagem que o dia em si foi uma seca: o concerto dos Fonzie a roçar uma fragilidade quase penosa, o concerto dos Xutos a decadência que sempre me parece. Irritante também é aquela mentalidade de negócio no recinto: da comida às bebidas, tudo caríssimo e cheio de filas, booms de publicidade por todo o lado, enfim, mais do que um festival de música, o Rock in Rio é um negócio que nem se esforça muito por se disfarçar de evento musical.
Antes de passar à parte boa do dia, ou melhor, da noite, o concerto dos Muse, uma pequena nota para os Snow Patrol de quem esperava um concerto vulgaríssimo e que, afinal, até nem foi mau de todo, pelo menos na parte que eu ouvi enquanto furava pela multidão.
Além do visual de Bellamy, referência ao palco, onde os ecrãs em forma de favos transmitiam imagens que facilmente se podem tomar por video-art, e a iluminação, também profusa e delirante.
Delirante será talvez a palavra de ordem para falar do espectáculo dos Muse. Um espectáculo que excede largamente o conceito de “concerto” e se transforma em algo mais, que tem algo de teatro, de performance, de manifesto, enfim, algo que revela uma personalidade profundamente artística.
A abertura foi feita com “MK Ultra”, que, não sendo definitivamente um dos momentos mais fortes do concerto, teve um enormíssimo impacto por ser a entrada em palco. Mas mais assinaláveis foram os momentos seguintes: “Map Of The Problematique”, resgatado do álbum anterior, e “Uprising” que lançou este “The Resistance”.
Aliás, o impacto brutal que “Uprising” teve no público lembrou-me uma outra canção de uma outra banda. Refiro-me ao “Zombie” dos The Cranberries, uma música que marcou em definitivo uma geração, e que foi um hino a um tempo musical e político que falou por essa geração. “Uprising” pode muito bem ser um sucessor de “Zombie”, porque fala também musical e politicamente pelo seu tempo, pela sua geração. Porque se muitas vezes Matt Bellamy é subtil ao escrever sobre política, em “Uprising” é inquestionável a tónica política e mesmo revolucionária. Mas sobre isto, já falei quando o disco foi lançado (“Política Lírica”.) e não me parece oportuno repetir tudo o que já disse.
Um aspecto interessante neste concerto, e que não é de todo mau, foi o carácter antológico do alinhamento. Não se tratava de um concerto da digressão de “The Resistance”, mas uma espécie de “best of”, que é sempre o mais conveniente para os festivais, dado que costuma haver tanto de fãs como de apenas-festivaleiros; se bem que no caso deste concerto dos Muse não parecia ser o caso, pois as letras eram acompanhadas pelo público em geral, e não só os singles.
Outros momentos de referência foram sem dúvida “Supermassive Black-Hole”, completamente alucinado, “Time Is Running Out”, “Starlight” (De longe o tema mais radio-friendly dos Muse.) ou “Citizen Erased”. Em relação a canções do disco mais recente, além de “Uprising”, tocaram “Undisclosed Desires” e “Resistance”, os singles, "United States of Eurasia" e "MK Ultra".
O encore marcou-se com “Plug-In Baby” e a fechar uma versão re-arranjada de “Knights Of Cydonia”, outra letra inquestionavelmente política.
Não se pode dizer que tenham sido muito comunicativos, Matt Bellamy e Chris Wolstenholme dirigiram-se ao público raramente, mas, verdade se diga, não foi necessário haver muitas falas para o público porque a força da música criou toda a adesão necessária, e interacção não faltou, mesmo em momentos mais “calmos” como foi o caso de “United States of Eurasia”. E, se há alguma coisa a questionar em relação às opções dos Muse para este concerto, é até que ponto o “tronco” do alinhamento não era constituido por canções desse álbum. É verdade que foi marcante, e que fixou definitivamente o nome dos Muse como uma banda incontornável, mas é também verdade que ainda que só com ele tenha vindo a aceitação crítica, em termos de público, os álbuns anteriores criaram a “fama” dos Muse. Refiro-me a canções que poderiam ter sido tocadas de “Origin of Symmetry” ou “Absolution” principalmente.
O concerto terminou ao fim de quase duas horas com muito muito fumo, mas certamente não se “esfumará” tão facilmente da memória de quem assistiu.
Uprising
Resistance
terça-feira, 14 de julho de 2009
Placebo: Battle For The Sun no Optimus Alive ´09
Significativamente, na música de abertura de "Battle For The Sun", Brian Molko diz I need a change of skin. De facto, as restantes componentes do sexto álbum de originais dos Placebo confirmam esta "mudança de pele", para a qual contribuem muitas coisas: a entrada do novo baterista, Steve Forrest, que é de longe mais agressivo e "pesado" do que Steven Hewitt; uma aparente vontade de tornar a música mais polida, negra e depressiva, e ao mesmo tempo mais elaborada e melódica; e por fim as letras de Brian Molko que, continuando no seu estilo depressivo-sexual-agressivo se nos apresentam agora melhores do que nunca.
Assim, ainda que á primeira vista a sonoridade do rock pesado seja a única escolha de "Battle For The Sun", uma audição atenta demonstra que isto é apenas uma primeira impressão. As músicas melódicas que fomos encontrando ao longo dos álbuns anteriores, como sejam "Follow The Cops Back Home", "Soulmates Never Die", "Blue American", "My Sweet Prince" ou "I Know", continuam a existir, mas elaboradas de outra forma, o que só prova que a melodia não tem que ser suave. "Come Undone" ou "Devil In The Details" são bons exemplos disto.
De certa maneira, a componente electrónica que encontrámos essencialmente entre "Black Market Music" e "Meds" foi agora praticamente eliminada, dando lugar às secções de cordas e sopros que muito raramente os Placebo usavam no passado. "Battle For The Sun", "The Never Ending Why" ou "Julien" marcam o ponto.
Talvez um tanto histérico, mas parece-me que este é o melhor álbum dos Placebo. Claro que, ao passar os olhos pela crítica de música, distraídamente como sempre faço, já encontrei alguns textos onde se critica a falta de momentos calmos a lembrar "Centrefolds" ou "In The Cold Light Of Morning". Parece-me que isto não é muito exacto, em dois sentidos: primeiro porque, como já disse, me parece que um momento de "beleza" melódica não tem que ser mais silencioso, pode sê-lo usando uma sonoridade suja e agressiva; e segundo porque me parece que uma banda tem que, a certa altura, fazer opções, e a dos Placebo foi exactamente esta, e não há porque não aprovar, logo que seja boa.
O concerto no Optimus Alive '09 comprova tudo isto. Tanto nas músicas mais recentes, como nas antigas, definitivamente interpretadas com uma nova roupagem, que as traz de encontro ao novo álbum.
Brian Molko, Stefan Olsdal e Steve Forrest fazem-se acompanhar de mais três músicos, o que, além da guitarras adicionais, assegura a presença dos teclados e do violino. Na bateria lê-se "WE COME IN PEACE".
O concerto chama o público como nenhum outro. Se, de acordo com António Lobo Antunes, "a melhor é a única boa", o concerto dos Placebo foi o bom. Aliás, chateia-me que seja a segunda vez que os Placebo tocam no mesm palco dos Prodigy e estes últimos são cabeça de cartaz, quando, bem vistas as coisas, por mais que a música dos Prodigy até fosse boa em disco (Do que tenho sérias dúvidas.), a verdade é que em palco perde toda a força, parecendo que estão durante quase duas horas a tocar a mesma música e não muito bem.
Concrectamente sobre "Battle For The Sun", a prova de que estamos perante um muito bom álbum é a seguinte: do alinhamento faziam parte "Kitty Litter", "My Ahstray Heart", "Battle For The Sun", "For What It´s Worth", "Come Undone" e "The Never-Ending Why". No entanto, se fosse "Julien" ou "Happy You´re Gone" ou "Kings Of Medicine" também estaria bem, o concerto não ficaria a perder.
Sobre as restantes, só há que dizer que nunca canções como "The Bitter End", "Special K", "Taste In Men" ou "Every Me Every You" soaram assim.
They came in peace, let them come back...
1. kitty litter
2. ashtray heart
3. battle for the sun
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Passagem pelo Sudoeste 1 (os concertos)
quinta-feira, 31 de julho de 2008
terça-feira, 31 de julho de 2007
Avanca´07
CÃES MARINHEIROS
Realizador: Joana Toste (Portugal)
Curta Metragem de Animação
Baseado num conto homónimo de Herberto Hélder, "Caes Marinheiros" assume uma inversão da realidade: os cães possuem um marinheiro, é ele o seu animal de estimação. Vemo-lo como tal de início a fim, e é nessa inversão de papéis que reside a mensagem do filme. A animação é simples, bonita, com contrastes que reforçam as ideias e os sentimentos. Boa animação, e simples.
Juízo Final: 15/20
ÁREA PROTEGIDA
Realização/ Argumento: José Miguel Moreira (Portugal)
Curta Metragem
Produzido pelo cine-clube de Avanca, "Área Protegida" é uma história baralhada, com uma resolução comovente, o que não chega para anular as abusivas presenças do factor cliché que vemos ao longo de, pelo menos, um quarto de hora, até chegarmos á verdade. Uma história bonita num filme não tão bonito.
Juízo Final: 10/20
O GUARDIÃO DO NINHO (Le Gardien du Nid)
Realizador/ Argumentista: Olivier Pesch (Luxemburgo)
Curta Metragem de animação
Esta é a cómica história do cómico Robert (Apesar de lhe não ouvirmos o nome.), cuja função é guardar e cuidar de uma seis ovos a desenvolverem-se. Entre eles, há um que se não cresce, sendo, por isso, rejeitado pelos outros. Robert, no entanto, acaba por se afeiçoar a ele, protegendo-o dos outros, e dando-lhe o seu carinho. A certa altura, parece-nos que o final será dramático, mas, na verdade, é extremamente divertido. A nivel da animação, ela é fantástica, com bonecos bem-feitos, e com apurado sentido estético, o som é também uma escolha interessante. Uma história mais metafórica do que simólica, que resulta bem pela escolhas menos óbvias numa história simples. Bom.
Juízo Final_ 17/20
O DILEMA DO PRISIONEIRO (Prisioner´s Dilemma)
Realizador/ Argumentista: Masanori Yoshida (Japão)
Curta Metragem de Animação
Fortemente marcado por imagens que nos remetem para uma certa violência psicológica, ainda assim exposta de uma forma quase inocente, "Prísioner´s Dilemma" arrasta-nos para uma série de voltas e reviravoltas na vida deste pobre prisioneiro torturado por tudo o que o rodeia. Boa animação aplicada a uma história que peca por não ser eloquente.
Juízo Final_ 14/20
ROB
Realizador/ Argumentista: Niko Kühnel (Nova Zelândia)
Actores: James Stewart, Brony Hughes
Curta Metragem
Filmado de uma forma inevitavelmente impactante, "Rob" é a história de Rob que tenta, repetidamente, roubar um banco, mas é repetidamente mal-sucedido, devido á sua própria distração. Ao fim de algum tempo a tentar, a sua sorte muda inesperadamente. Mais um final irónico, definitivamente interessante, e que, no fundo, diz muito sobre o nosso lado fraco e sacana.
Juízo Final: 15/20
LIÇÃO DE ADIÇÃO
Realização/ Argumento: Andreia Luís, Vitor Pedrosa (Portugal)
Curta Metragem/ Video-Animação
Resvalando sem demasiadas para as tendências do videoclip, "Lição de Adição", com música dos Pluto, revela-se bom na medida em que nos assoberba com uma sequência alucinante de imagens que não aparentam relacionar-se entre si. Uma espécie de plano subjectivo de uma montanha russa em paisagens dalinianas ou lynchianas, tanto faz...
Juízo Final: 17/20
NOUVELLE GENERATION
Realização/ Argumento: Artemio Benki (França)
Curta-Metragem
Com um título que se relaciona der forma dúbia com o que designa, "Nouvelle Génération" é um muito bom exemplo de uma muito boa curta-metragem. Em poucas imagens ficamos a conhecer as personagens, e o que fazem ali. A história dá uma série de reviravoltas, para pôr a protagonista frente-a-frente com o seu objectivo, ainda que esta se veja impossibilitada de o alcançar. Um drama e tanto.
Juízo Final_ 18/20
THE RUNT
Argumento/ Realização: Andreas Hykade (Alemanha)
Curta-Metragem de animação
Feito de imagens que, primeiro, nos comovem, e depois nos chocam, "O Pequeno Coelho" é uma visita ao passado de todos nós, numa forma metafórica. O tio oferece ao sobrinho um coelho, na condição de ele tratar dele e, dentro de um ano, de o matar. Desatque para a animação, simplória, mas estética. Bom.
Juízo Final: 16/20
IRON ISLAND
Argumento/ Realização: Mohammad Rasoulof (Irão)
Longa Metragem (90')
"A Ilha de Ferro" é uma visão simultâneamente realista e irónica das pessoas ignorantes, que deixam que outros se aproveitem da sua ignorância. Nemat leva milhares de famílias sem abrigo do Sul do Irão para um petroleiro perdido no meio do mar, a troco de dinheiro. Ao mesmo tempo que os explora, cobrando-lhes por um espaço com cerca de um metro-quadrado, ainda obriga os homens a retirar as partes de ferro do navio, derrete-as e vende-as. Esperto. A certa altura, o professor das crianças do barco repara que o navio se está a afundar. Ao mesmo tempo que a ilha de ferro se afunda, os donos legítimos donos decidem vendê-lo, e os novos querem levá-lo dali. Manipulando uns e outros, Nemat consegue garantir que não perde o seu ganha pão. Um filme brilhante, merecedor do prémio, com toda a certeza.
Juízo Final_ 19/20
sexta-feira, 6 de julho de 2007
SBSR 2007
sábado, 30 de junho de 2007
Placebo: Creamfields Lisboa 2007
Eu gostei daqueles cinquenta e cinco minutos em que os Placebo estiveram em cima do palco. Não vou dizer que fiquei muito feliz por o Brian ter perdido a voz... "Coisas que acontecem" pensei eu. Como disse, não fiquei radiante, mas, primeiro que tudo, cinquenta e cinco minutos é melhor do que nenhum, depois, o Brian não teve culpa, deve ter sido muito frustrante para ele, e eu próprio estava com frio, e terceiro, a parte que tocaram tocaram muito bem.
Quanto ao concerto em si, ele passou essencialmente pelo sexto álbum, "Meds", com "Infra Red", um delicioso "Drag", o fenomenal "Because I Want You To", "One Of a Kind", e, claro, "Song To Say Goodbye", além da versão em piano do tema-título.
Claro que o concerto não aconteceria sem retornos ao passado, e eles marcaram-se, claro. Passou-se por "Bionic", do primeiro e homónimo álbum, o obrigatório "Every You and Every Me" de "Without You I´m Nothing", o fortíssimo "Special K" de "Black Market Music" e ainda "Special Needs", "Sleeping With Ghosts (Soulmates Never Die)" e, a terminar, my personal favourite, "The Bitter End", num final que, infelizmente, foi mesmo bitter.
Entretanto, passei pela net e estive a ler comentários ao concerto, muito por alto, sem grande atenção, mas, no geral, toda a gente falava como se o Brian tivesse feito de propósito para ficar sem voz, ou como se fosse uma coisa que se resolvia com um rebuçado para a tosse, o que é falso. Em apenas 55 minutos, eles conseguiram ultrapassar em qualidade a hora e três quartos do ano passado no SBSR, uma vez que um ano de digressão os habituou ás canções, que aparecem transmutadas e melhoradas.
Lamentei muito quando descobri que para os encores estavam prontos "20 Years" e "Taste In Men", mas, principalmente, por "Running Up That Hill", de Kate Bush, cuja versão dos Placebo é comovente.
Enfim, c´est la vie. Terá que ficar para a próxima.