sexta-feira, 6 de julho de 2007

SBSR 2007



Dia 3.






THE GIFT (18:35- 19:35)







É muito bom ver que o facto de serem tão mal-tratados com o horário em que os inseriram, não levou os The Gift a dar um concerto menos bom. Se há algum tipo de reparação a ser feita, é só ao facto de o alinhamento não ter sido feito a pensar nos fãs mas sim num festival. As canções mais conhecidas ou menos complexas. Ficamos a sentir a falta de "My Lovely Mirror", de "Nice And Sweet" ou de "Cube", ainda que tenhamos a sorte de ter ouvido "645", "Actress (AM-FM)" ou "11:33". A entrada no palco foi bastante estranha, os elementos da banda não entraram como se o fossem, mas antes como se fossem técnicos do staff, só Sónia Tavares entrou de uma forma mais á sua medida. Por falar em Sónia Tavares, a ela os parabéns pelas escolhas na roupa, que lhe ficava muito bem, e nos deixava com a sensação de que está cada vez mais bonita. Estiveram bem, ainda que sem muitas surpresas, não percebi porque não tocaram "Fácil de Entender", uma cabnção que está tanto na berra, mas não deixa de ser uma escolha surpreendente. Destaques para "645", com a energia do costume, para "Pure", na nova versão, e para "Actress", a segunda surpresa, uma vez que é uma canção que parecia já estar esquecida. Longe de ser um dos melhores concertos dos Gift, não deixa de ter sido um momento assinalável do segundo dia do Festival.




Nota: 18/20












KLAXONS (19:45- 20:45)




Tornaram-se a coqueluche dos meninos betinhos fãs de pop/rock, mas eles que me perdoem, os Klaxons, por enquanto não têm qualidade para mais que isso. A fusão entre o rock e a dance music a que querem chamar new rave pode ter piada, mas só se for explorada de uma forma variada, o que não acontece. E, sem uma boa noção de como dar um concerto, os Klaxons colam-se ao que ouvimos no álbum, e, ainda por cima, abusam dos "oooooooooooooh" e "uuuuuuuuuuuuuh" e "aaaaaaaaaaaaaaaaaah", mas abusam mesmo, o que torna por vezes fácil que não se distinga uma música de outra. Em questões de alinhamento, o que fizeram resultaria bem com um espelho debaixo da última canção: deixaram as mais calmas para o final e inicaram com as mais agitadas, o que é um erro. Como se isto não chegasse, parecem sérios candidatos a adoptar aquela irritante estética Arctic Monkeys ou Red Hot Chili Peppers: escrever sempre a mesma canção. Momentos como "Golden Skanks" ou "Magick" não deixam de ser bons momentos, mas só vão de encontro áquilo que fica claro com o álbum: os Klaxons têm o potencial, mas ainda lhes falta muita coisa para serem uma boa banda.




Nota: 13/20












BLOC PARTY (22:25- 23:30)




Fiquei surpreendido com os Bloc Party. Ainda que "A Weekend In The City" não tenha sido suficiente para fazer sombra a "Silent Alarm", os dois álbuns tendem a ser bons. Mas não esperava um concerto mais do que razoável. E foi bom, tenho que admititr. Kele Okereke, que repetiu repetidamente que gostava do público português, mostrou-se um sujeito simpático, e não esteve nada mal. O alinhamento esteve inteliegente, compondo-se de canção ritmadas e agitadas, de maneira a não perder a aderência do público, como aconteceu com os Klaxons. Pecam, ainda assim, por terem tocado "Banquet" tão chegado ao início. Sendo a música com mais sucesso da banda, deveria ter figurado na parte final, mas não morreu ninguém por isso. As críticas ao segundo álbum geraram uma certa dualidade, há quem afirme que é bom, quem afirme que é mau, mas, uma coisa é certa: os Bloc Party sabem fazer um concerto.




Nota: 17/20














ARCADE FIRE (00:00- 01:45)




Começou com muitos minutos de atraso o concerto por que grande parte do pessoal esperava. Mas isso foi perfeitamente escamoteado pela gloriosa entrada em palco do colectivo de Win Butler e Régine Chassagne, com "Black Mirror", o avassalador tema de abertura de "Neon Bible". Ao longo da noite, quilibrou-se "Neon Bible" com o seu antecessor, "Funeral", e ainda se passou pelo EP para cantar "Headlights Look Like Diamonds". O público revelou-se fanático, acompanhando razoavelmente/bem as letras, e fazendo coros de "ohohohohohoh", essas coisas todas...


Em versões que ultrapassam, claramente, as de estúdio, ouvimos pérolas como "Haïti" (Na voz da simpatissíssima Régine.), "No Cars Go", "Neighborhood #1 (Tunnels)" e "Neighborhood #3 (Power Out)" de "Funeral" e "Keep The Car Running", o fenomenal "Intervention", o melancólico "Ocean Of Noise", "(Antichrist Television Blues)" e "The Well And The Lighthouse" do segundo álbum.


"Rebellion (Lies)" terminou o concerto, não sem deixar espaço para o grandioso encore com o grandioso "Wake Up".


Não vou falar do que senti durante o concerto, mas deixo uma ideia só: não há palavras para falar do que são os Arcade Fire ao vivo, e, se não foi o melhor concerto a que já assisti, foi, certamente, um dos melhores.




Nota: 20/20

1 comentário:

Anónimo disse...

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