quinta-feira, 19 de julho de 2007

Avril Lavigne: The Best Damn Thing

PRESUNÇÃO E ÁGUA BENTA...








É com a palavra "cliché" estampada na testa que Avril Lavigne chega aos discos pela quarta vez. Quem se lembra daquelas roupas mais masculinas que costumava usar, pode esquecer: a primeira coisa que se percebe em "The Best Damn Thing" é que Avril Lavigne está mais pronta para protagonizar "The O.C." do que a própria Mischa Barton. Portanto, apenas folheando o livrinho, já é notório que no terceiro registo de estúdio, Avril se revela incongruente e até mesmo contraditória: ela, que dizia que a pop era para meninas bonitas, dando os exemplos de Britney Spears, que inclusivé criticiou por esta última ter dito que ela devia dançar; aparece-nos agora com madeixas cor-de-rosa, camisas ás pintinhas, e calções que parecem um cinto, meias de rede, enfim, que mais do que uma menina bonita da pop, que até pinta a capa do álbum de cor-de-rosa. E, depois de ter criticado Britney por causa de um comentário tão inocente, aparece-nos no videoclip de "Girlfriend" a dançar, e a cantar em "I don´t have to try"

"_I´m the one, I´m the one who knows to dance..."

Conclusão: aquela Avril Lavigne supostamente muito rebelde e má não passava de uma fachada, porque Avril Lavigne não passa de uma menina igual a todas as outras, o que só vai de encontro ao facto de ela nem rebelde saber ser.

Agora a música. O álbum abre com o irritante "Girlfriend", em que, uma vez mais pretenciosamente, ela diz

I don´t like your girlfriend

You should get a new one

I could be your girlfriend

ou seja, uma presunção que já não lhe víamos desde que dizia que era uma cantora rock. Mais tarde, dirá ainda

I am the best damn thing

That your eyes have ever seen

só para que se perceba que ela está realmente convencida que é muito boa.

O registo e o esquema das canções não varia nas quatro primeiras faixas, chegando ao cúmulo de "The Best Damn Thing" ser uma cópia de "Girlfriend". A primeira balada chega na quinta faixa, com "When You´re Gone". Um lugar-comum da pop, balada de piano, bateria e supostos arranjos de cordas. Ou seja, tem que se ser um muito bom músico para conseguir disto tirar uma boa música. Não é o caso.

E é nisto que andamos. Ora temos canções pretenciosamente rock, onde previsíveis compoisções pop se exploram com guitarras eléctricas desmedidas, baterias rápidas com beats previsíveis, vozes que chegando ao primeiro refrão já nos levam a dizer

"_Ó rapariga, cala a boca..."

de tão irritantes que são, como "Everything Back But You", "Runaway" ou, principalmente "I Can Do Better"; ora temos baladas assumidamente pop, que nos levam a perguntar se não são todas construídas da mesma maneira, e a resposta é que são mesmo. Acontece com "When You´re Gone" e "Innocence" por exemplo. "Keep Holding On" tem uma construção diferente a nível de instrumentos, mas a composição é a mesma.

Se há uma coisa boa em "The Best Damn Thing" é o esforço, que por vezes é quase bem sucedido, de não se repetir aquilo que já se fez. Mas, no essencial, o quarto álbum acaba por ser como todos os que se seguiram a "Let Go": tiros ao lado. Com o primeiro álbum até havia uma ou duas coisas que se salvavam, mas os restantes serviram só para deitas por terra o pouco que se ganhara com "Let Go": "My World" continha faixas ao vivo, o que é um erro, quando é óbvio que a voz de Avril é feita em estúdio, e que ao vivo ela não canta literalmente nada (Quem duvidar pode procurar no YouTube e vão ver que eu tenho razão.), "Under My Skin" era uma repetição barata de "Let Go", mas sem as tais poucas coisas que se salvavam. Por fim, "The Best Damn Thing" não só não é um bom álbum como ainda tem a brilhantismo de nos dizer que os primeiros três são falsos.

Enfim, alguém ensine á menina canadiana o significado das palavras "coerência" (Devia encontrar uma personalidade e mantê-la.), "realismo" (Para ver se enfrenta de uma vez que não sabe fazer música.) e "humildade"(Para ver se deixa de criticar as pessoas como se ela fosse um modelo, quando, a verdade é que não é). Enfim, uma tristeza.





Veredicto Final_ 7/20

2 comentários:

Anónimo disse...

em que se achar mto bom, ter uma mega pretenção p criticar alguém num é honey!
mas whatever ela tá nadando em dinheiro e cagando p vc!!

i don't have to tryyyyyyyyyyyyyy to make you realizzzzzzzzzzzzzzze!
anythin i wanna do
anythin i'm gonna do
anythin i wanna do i dooooooo!
i don't have to tryyyyyyyyyy hu!

Supermassive Black-Hole disse...

Cara anónima, confesso que só lhe respondo por perversão, mas cá vamos:
em primeiro lugar, aprenda a escrever. Em segundo lugar, não é preciso que eu me ache muito bom para dar a minha opinião publicamente sobre o trabalho de alguém, a partir do momento em que esse alguém torna público o seu trabalho, está a legitimar que outros se pronunciem sobre ele, para o melhor e para o pior. Em terceiro lugar, se a ''cantora'' está nadando em dinheiro, bom para ela, não falei da sua situação monetária, apenas da sua música intragável, e o argumento do dinheiro deixa-me perfeitamente frio, muita gente é rica e continua a não ter nada para dar ao mundo, e muita gente pobre deu ao mundo coisas que durarão para sempre. Para terminar: toque muito interessante esse de me deixar um fragmento lírico tão intenso quanto este, que, sinceramente, não diz nada nem a mim, nem muito provavelmente a ninguém que já tenha lido um livro na vida, ou que, pelo menos, já tenha ouvido alguma música com o mínimo de qualidade.
Obrigado pelo comentário!