domingo, 1 de julho de 2007

Vanessa Carlton: Harmonium

AVÉ VANESSA






Desconheço se o segundo álbum da pianista/ cantora Vanessa Carlton, "Harmonium" está publicado em Portugal, mas duvido, uma vez que, mesmo tendo sido lançado em 2004, só agora consegui ouvi-lo, três anos depois. Se realmente não está publicado, lamento.
É pouco claro se "Harmonium" tem o que é preciso para ultrapassar o seu predecessor, o aclamado "Be Not Nobody", mas é certo que consegue, pelo menos igualá-lo. Não se depreenda disto que os álbuns são iguais. Isso é falso. "Harmonium" ganha uma identidade própria na medida em que procura composições mais harmoniosas, arranjos mais complexos, mas também vocalizações mais inocentes. Por outro lado, ao passo que em "Be Not Nobody" encontrávamos uma grande variedade de tonalidades, em "Harmonium" encontramos, acima de tudo, unidade. É o defeito mais notório.
Sentimos a falta de momentos de solo, como acontecia com "Wanted" onde Vanessa brilhava sozinha, cantando e tocando piano; sentimos a falta de uma bateria como protagonista, como acontecia em "Prince". Ainda assim, há coisas boas para ouvir no segundo álbum:
a beleza singular de "Afterglow", a paisagem romantista de "Who´s To Say", o brilho de "Streets Have No Name", a sobriedade de "Annie" ou a suavidade de "She Floats".
Lamentavelmente, Vanessa Carlton dá o mesmo tiro no escuro que deu com "Be Not Nobody": escolhe para single o tema mais mainstream, logo, um dos piores, para ser o single de apresentação. "White Houses" repete só a fórmula do sucesso de "A Thousand Miles", limitando-se a retirar-lhe o piano acelarado. Um dos piores momentos do álbum.



Ainda assim, as canções são coerentes, como se uma gerasse a outra, e funcionam bem, sendo canções pop exemplares, preocupadas com o sentido estético, sem exageros, e sem deixar de recorrer a arranjos grandiosos. Destemida, Vanessa faz-se acompanhar de uma orquestra, aceitando o lado clássico, característico da sua formação no Conservatório.
Interessante na música de Vanessa Carlton é serem pouco claras as suas influências. Sabemos onde iseri-la, mas é difícil dizer onde pensa ela em quem. Podemos citar os nomes de Joni Mitchell, Sarah McLachlan... mas onde... quando...? É pouco óbvio.
Enfim, "Harmonium" é um álbum pop como por vezes desejaríamos que muitos fossem. Vanessa Carlton está de parabéns. Graças a musiciens como ela, ainda conseguimos acreditar que a pop se pode salvar das garras de Britney Spears ou da Rhianna...


Veredicto Final_ 16/20

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