O segundo dia do Marés Vivas contribuiu consideravelmente para a atmosfera de amadorismo que me pareceu tão evidente no primeiro dia.
Eram cerca de onze e meia quando os Placebo entraram em palco, tendo saido pouco mais de uma hora depois. E quem já teve oportunidade de assistir a outros concertos só pode ter ficado desiludido. O concerto no Marés Vivas é bem capaz de ter ficado aquém do polémico concerto no Creamfields (2007) em que Brian Molko abandonou o palco ao fim de 50 minutos supostamente por ter ficado sem voz, apesar de todos terem percebido que os problemas de som foram a razão que o fez virar as costas.
A verdade é que este concerto está muito proporcional a todo o espírito do festival da Praia da Afurada, mas é muito ingrato para um álbum como "Battle For The Sun" (2009), que contém algumas das canções mais interessantes dos Placebo.
Destas canções foi possível ouvir "Ashtray Heart", "Battle For The Sun", "Breathe Underwater" ou "The Never Ending Why". Apesar de no fundo me lamentar um pouco por não ter ouvido momentos como "Come Undone" ou "Kitty Litter", o problema do concerto de ontem não foi o álbum mais recente, mas a incisão nos álbuns passados que pode ter resultado muito bem em "Nancy Boy" e até em "Bionic" (Isto falando dos mais recuados porque já se sabe que outros como "Every You and Every Me" ou "The Bitter End" nunca deixaram de ser apoteóticos.), a verdade é que noutros momentos soou frouxo, como se os Placebo estivessem a tentar reavivar um passado que, para o bem e para o mal, não faz parte do melhor que a banda tem para oferecer, pelo menos ao vivo num festival onde, já se sabe, sempre são mais convenientes as canções mais fortes e talvez imediatas.
No entanto, para um ouvido atento e conhecedor da música dos Placebo, o alinhamento foi um mal menor em comparação com os problemas de som que roçavam o insultuoso: a voz de Brian Molko apagava-se constantemente quando se ouviam os sintetizadores, as notas altas em que o vocalista é tão perito quase perfuravam os tímpanos, e em canções como "Taste In Men" ou "Meds" ou "Post Blue" as guitarras sofreram de uma incomodativa falta de nitidez.
Surpreendente foi também a simpatia de Brian Molko, de longe muitíssimo mais comunicativo do que o habitual (Good evening, Molko boys and Molko girls...), e até cómico por vezes.
Refira-se ainda o momento brutal que foi "Trigger Happy" e a cover de "All Apologies" tão surpreendente como bem inserida.
Podia ter sido pior, mas a verdade é que noutro festival facilmente seria melhor. Não deixa de ser estranho que um concerto de um álbum tão bom possa ser arruinado pela falta de profissionalismo da organização. Esperemos que "Battle For The Sun" seja tocado uma vez mais em Portugal, de preferência onde seja BEM ouvido. É que no Marés Vivas tem que se batalhar mais pelo som do que propriamente pelo sol, e isso não convém a uma boa banda.
Fotos: BLITZ
Every You and Every Me
Battle For The Sun
Trigger Happy
All Apologies
11 comentários:
esta crítica merece um gigantesco LOL
que crítica de merda.. enfim!
penso que seria importante fazer uma distinção entre gostar-se de uma banda e não ter distanciamento crítico para perceber quando as coisas correm mal, como foi o caso.
ADORO os PLACEBO e fico mesmo envergonhada pela forma como a organização do Marés Vivas recebeu esta banda e AS OUTRAS. Subscrevo totalmente a análise do Black-hole.
Foi uma vergonha o amadorismo e o clima de parolada que enchia o recinto. Há um abismo de comportamento entre os jovens do Sul e os do Norte. PARECIA UMA FESTA DE ESCOTEIROS e não um FESTIVAL de música. O Norte é a BARBÁRIE. A falta de educação, o lixo e a incomprensão pela atitude dos EDITORS, que abandonaram o palco durante 20 minutos devido a deficiências sonoras, mostra bem o nível da assistência. NUNCA MAIS.
O contraste com o ALIVE ou outros festivais no Sul é notório.
"Foi uma vergonha o amadorismo e o clima de parolada que enchia o recinto. Há um abismo de comportamento entre os jovens do Sul e os do Norte. PARECIA UMA FESTA DE ESCOTEIROS e não um FESTIVAL de música. O Norte é a BARBÁRIE. A falta de educação, o lixo e a incomprensão pela atitude dos EDITORS, que abandonaram o palco durante 20 minutos devido a deficiências sonoras, mostra bem o nível da assistência"
Oh meu Deus, tanta estupidez junta... Eu é que não me vou baixar ao teu nível...
eu fico banzado com tamanho disparate.. em primeiro lugar: a organização do festival NADA tem a ver com o tipo de pessoas que possam ter frequentado o festival. Toda a gente é livre de entrar. uns mais parolos que outros. sejam eles do norte, ou do sul. Eu sou lisboeta, e nao vejo essa diferença abismal a que te referes. Acho isso um argumento completamente desprovido de sentido. Lixo no chão? bem.. é um festival! HÁ LIXO NO CHÃO!! nao obstante disso, vi por várias vezes, homenzinhos a apanhar os copos de plastico das cervejas durante o intervalo de cada concerto. NUNCA VI NADA DISTO NO ALIVE OU SBSR. quanto aos Editors.. se ha aqui culpa no sucedido, quem é responsável será a equipa tecnica da propria banda. Nem menciono que sejam incompetentes.. podem até te-lo sido, mas situaçoes deste género sao susceptíveis a qualquer banda/artista. A unica critica que tenho a apontar ao festival, é de o recinto ser tão pequeno para a afluencia que teve. Nada mais. Ah, e quanto a Placebo? Na minha opinião deram um espectáculo e pêras! Sou fã, o ano passado vi-os no alive, tive imenso tempo à espera da sessao de autografos, até que entretanto bem cagaram nos fãs. nem um sorriso. Ja nao falando no concerto "morno" que deram.. No marés vivas, na minha opiniao, o cenário foi completamente diferente, tendo-me surpreendido a mim, e nao só, pela positiva.
Se te tivesses dado ao trabalho de ver o meu perfil verias que os Placebo aparecem em primeiro lugar na lista de música. São a minha banda preferida desde o "Without You I´m Nothing". Não assisti a dois concertos, assisiti a seis, e este foi o mais fraco: e se tivesses lido o texto como deve ser, terias reparado que, tirando o facto de terem tocado em excesso no primeiro álbum, todas as críticas negativas que faço ao concerto prendem-se com problemas técnicos. E mesmo isso de terem tocado demasiado do primeiro álbum, se tivesses lido com atenção, terias percebido que nem tem a ver com a música, mas com a falta de aderência que se fazia sentir entre o público, e eu estava muito próximo do palco, junto dos supostos "fãs fervorosos" que depois estão o concerto todo de braços cruzados como bois a olhar para um palácio. Há uma diferença entre ser-se um fã e ser-se um deslumbrado.
E quanto ao tipo de pessoas que se via no festival, é evidente que qualquer pessoa pode entrar, o problema começa quando tens que levar com montes de pessoas de todos os lados, plantadas à tua frente e a obrigar-te a ficar em bicos de pés, e na verdade não estão nada interessados em concerto nenhum, ficam o tempo todo de braços cruzados e a mexer no telemóvel. E não é dizer que não estão interessados neste ou naquele concerto: não estão interessados em nenhum, porque as bandas sucedem-se e não há a mínima reação. ISSO é que não tinha visto ainda num festival, sabes onde tinha visto? Nas festas populares. Era o que este festival parecia. Quando se estava a falar de barbárie falava-se disso: é que não estão a apreciar nenhum concerto e nem deixam os outros apreciar.
Quanto ao Alive, também fiquei algum tempo de pé à espera, mas era para um autografo, não era para uma entrevista ou uma consulta de psicanlálise, ainda que tenha que concordar contigo em como realmente não foram um exemplo de simpatia. Agora que me digas que o concerto foi morno... aí não estamos mesmo de acordo: o alinhamento era melhor e o som estava nítido. Porque um bom concerto é uma obra de arte. E neste festival não se notava propriamente esse espírito...
Ya...pa, azar o teu, nós no norte temos o lobby da hormona de crescimento...isto só para chatear a madame e a obrigar a ver em bicos de pés..
mas tu pensaste na porcaria q disseste antes de a escrever??? para a próxima vai a lisboa...pela tua teoria,eles lá não devem medir mais de metro e meio...
só comento mais uma vez porque os argumentos de: TARA, AGRIPINO e DICK STEEL são tão infantis e fora do real, que até me suscitaram algumas gargalhadas saudáveis. Penso mesmo se os três não pertencem à organização do Marés Vivas, porque de Vivas tinha o ruído e só faltaram os martelinhos de S.JOÃO. NÓS os que pagámos, impostos e bilhetes, devemos exigir a qualidade. Senão confunde-se a árvore com a floresta e está sempre tudo bem e VIVA PORTUGAL E OS DESLUMBRADOS.
Felizmente que não pertenço a essa maioria, que do FUTEBOL passa para o CIRCO e está sempre tudo bem. O que interessa é a FESTA...
O Festival ALIVE está na proporção de 80 para 8. A qualidade de organização desse festival não tem comparação com a AFURADA. MARÉS VIVAS tinha água a mais. Pena foi grupos tão bons e altamente profissionais mergulharem em águas pantanosas como o Marés Vivas...
Como sou muito observadora reparei que o momento de maior entusiasmo no público era quando assobiavam e batiam palmas, complicado, muito complicado, demasiado taxativo. Até ao final de cada música o objectivo era equilibrar os copos com cerveja e transportá-los pelo meio da multidão. Muito complicado.
E quanto à hormona de crescimento, os MACACOS também a utilizam e bem.
Que argumentos tão imbecis...és mesmo MAL EDUCADO. Eu tinha razão - o Norte continua na IDADE MÉDIA, mas tu estás na IDADE DA PEDRA com tanta Hormona. Felizmente que existem rapazes educados e sensíveis no Norte, porque como dizia uma profe que tive em Belas Artes, se os homens fossem todos como tu SUICIDAVA-ME (A PROPÓSITO DE UM TROGLÓDITA DE TURMA QUE APELAVA DEMASIADO À HORMONA).
Hormona do crescimento? Só se for para o corpo, porque o resto está bem abaixo.
E mais não comento. O que tinha a comentar está no texto do blog. Quem achou coisas diferentes que escreva um texto também, mas com argumentos válidos, em vez de birras infantis. Eu sou pelo infanticídio, vão todos de volta para o vosso sonho da Afurada e boa sorte.
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