Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Street song


I am too young to grow a beard
But yes man it was me you heard
In dirty denim and dark glasses.
I look through everyone who passes
But ask him clear, I do not plead,
Keys Lids acid and speed.

My grass is not oregano.
Some of it grew in Mexico.
You cannot guess the weed I hold,
Clara Green, Acapulco Gold,
Panama Red, you name it man,
Best on the street since I began.

My methedrine, my double-sun,
Will give you too lives in your one,
Five days of power before you crash.
At which time use these lumps of hash
- They burn so sweet, they smoke so smooth,
They make you sharper while they soothe.

Now here, the best I've got to show,
Made by a righteous cat I know.
Pure acid - it will scrape your brain,
And make it something else again.
Call it heaven, call it hell,
Join me and see the world I sell.

Join me, and I will take you there,
Your head will cut out from your hair
Into whichever self you choose.
With Midday Mick man you can't lose,
I'll get you anything you need.
Keys lids acid and speed.

Thom Gunn
Collected poems
ed. Farrar, Straus and Giroux, 2005

sábado, 18 de abril de 2015

Começo


Vejo-te um pouco como se já não houvesse
uma casa para nós. As grandes perguntas estão aí
por todo o lado, onde quer que se respire, dentro
dos próprios frutos. É o começo da noite
e os cinzeiros já estão cheios de meias palavras:
porque escolhemos tão pouco
aquilo que nos pertence?

Vejo-te de olhos fechados enquanto me confiavas
a tua história - à mesa da cozinha, quase um espelho,
quase uma razão. As minhas canções preferidas
pareciam convergir para ti a certa altura, dir-se-ia
que te vestias com elas. E no entanto
como se apressaram as grandes florestas a invadir
as gavetas, como misturaram as raízes
no eco que fazia o teu desejo contra mim.

Rui Pires Cabral
A Super-Realidade (1995)
in «Morada»
ed. Assírio e Alvim, 2015
fotografia de Nikos Stamatopoulos

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tene me (fragmento)


Aconteceu-me ver matéria aflita,
Águas de um rio levando os afogados
Compadecidamente.
Com as mãos nos seus fundos, oscilando,
Passando os corpos umas para as outras,
Desfolhando-os aos poucos,
De maneira
Que aquilo que atinge finalmente o mar
Nada recorda já. Águas que
Despem a dor aos mortos,
Que passeiam
A sua lividez como uma flor.
Vi, com meus olhos, os desfiladeiros
onde despenham os executados,
abrirem gentilmente a sua cova
de areia e de erva,
para que nele repousem
a estoirada cabeça. O chão ondula,
e a sua piedade
tão desumana
acolhe-os como um berço.
Vi, que sei eu? a lâmina afastar-se
do pequeno cabrito.
Crias houve
que mamaram das pedras, separadas
que se acharam das mães por caçadores.

Hélia Correia
Apodera-te de mim
2002, ed. Black Sun
fotografia de Polly Borland

quarta-feira, 2 de abril de 2014

[Quem fala]


























Quem fala
não sou eu
é o outro o que me expulsou
da concha do meu sol


É ele que caminha nos meus passos

e eu olho-o e esqueço-o
Quem pode suportar um reflexo?
Quem pode viver contra o seu duplo?


Eu digo eu ainda

mas sou eu que declino
sou eu que caio
com a ferida do sol que ele me arrancou

António Ramos Rosa
Numa folha, leve e livre
2013, ed. Lua de Marfim
fotografia de Ralph Eugene Meatyard

quarta-feira, 26 de março de 2014

Peeping Tom





















Ojos de solitario, muchachito atónito
que sorprendí mirándonos
en aquel pinarcillo, junto a la Facultad de Letras,
hace más de once años,

al ir a separarme,
todavía atontado de saliva y de arena,
después de revolcarnos los dos medio vestidos,
felices como bestias.

Te recuerdo, es curioso
con qué reconcentrada intensidad de símbolo,
va unido a aquella historia,
mi primera experiencia de amor correspondido.

A veces me pregunto qué habrá sido de ti.
Y si ahora en tus noches junto a un cuerpo
vuelve la vieja escena
y todavía espías nuestros besos.

Así me vuelve a mí desde el pasado,
como un grito inconexo,
la imagen de tus ojos. Expresión
de mi propio deseo.

Jaime Gil de Biedma
Moralidades
Antologia Poética
1992, ed. Cotovia
imagem de Christopher McKenney

terça-feira, 18 de março de 2014

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sequência X


herdei de ti a máquina de barbear
(eu que não faço a barba)
para enfrentar o terror de limpar os teus
pelinhos póstumos

escanhoei o rosto e durante semanas
aleijei-o com o teu cheiro

Miguel-Manso
Supremo 16/70
2013, ed. Artefacto
imagem de Miguel Leal

[Falas-me em asas,]




















Falas-me em asas,
Em voar...

Não vês que eu não sou nada,
Nem anjo nem pessoa,
Nem ave nem engenho,
Que é totalmente outra
A minha definição?

Eu não sou mais do que o próprio chão...

Ana Hatherly
Um ritmo perdido
1958, ed. autora
imagem de Rosita Delfino

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Canard à un seul bec


Ils avaient expérimenté toutes les positions, toutes les perversions, échanges, travestis, orgies, les chaînes, le fouet, les menottes, les talons-aiguilles. Lassés, ils avaient conclu à la nécessité, pour inventer de nouvelles pratiques, de créer de nouveaux organes. Or, s'il est assez simple de taillader, à coups de bistouri, des entailles dans les cuisses, des ouvertures dans le cou, des entrées dans les entrailles, bref de multiplier les sexes féminins, par contre les greffes cutanées de clous, les piercings de pointes, le hérissement littéral de substituts phalliques plus ou moins érectiles par tout le corps, non seulement se sont avérés fragiles et instables, mais insatisfaisants, voire frustrants. Ils durent admettre, consternés, qu'ils avaient épuisé le plaisir.

Saguenail
Jeux de Lazare
2005, ed. Hélastre
fotografia de Robert Mapplethorpe

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Este ano


























Este ano cresceu de joelhos 
a noite conservou as quatro luas 
as crianças têm os seus cabelos 
seus gritos de paz intransmissíveis

Luiza Neto Jorge
Terra Imóvel
1964, ed. Portugália
fotografia minha (Âncora, Agosto 2013) sujeita a um filtro do Instagram

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

[Isto é o meu corpo]
























Isto é o meu corpo
isto é o meu sangue
a miséria sexual das missas
é a miséria sexual das discotecas
mas este e o melhor tempo
de sempre
ainda muito puritano
e nada pudico
é um tempo obsceno
mas dantes era muito mais obsceno
que farei eu com esta espada?
uma foice e um martelo
oulseiras anéis e gargantilhas
que farei eu com o meu eu?
bavarder bavarder bavarder
(que farei eu com este livro?
outro livro ainda o mesmo
que farei eu com este piano?
improvisos
que farei eu comigo?
ergo-me sento-me deito-me
e faço-me
que cada um tenha a sua casa
que cada um tenha o seu piano)

Adília Lopes
A Mulher-a-Dias
2002, ed. &etc
imagem de Christopher McKenney

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Coisas minhas III


ANTES DE PARTIR


Sob o último céu que vejo daqui
espero  as luzes da rua.
As casas enterram-se no chão
até serem uma mancha na retina.

Estou preso à estrada,
a fundir-me no alcatrão.

Aprendi o nome das ruas, fixei
algumas árvores,
deixei-me pertencer a este lugar,
adiei a partida.

Nesta última noite chove, ainda
é verão. Parece-me que estou menos só,
como se a noite reagisse à tristeza
e chorasse também.

No meu choro tento memorizar
certos detalhes, uma cor, um resto
de tinta a descascar na parede. Mas é inútil.
Devia pensar que partir será
chegar a outro sítio. Mas a ausência
e a última visão da minha

casa dá lugar só às trevas.

[João Borges: Porto, Julho 2009]
imagem de Helena Almeida

domingo, 10 de novembro de 2013

Je voudrais pas crever

 
Je voudrais pas crever
Avant d'avoir connu
Les chiens noirs du Mexique
Qui dorment sans rêver
Les singes à cul nu
Dévoreurs de tropiques
Les araignées d'argent
Au nid truffé de bulles
Je voudrais pas crever
Sans savoir si la lune
Sous son faux air de thune
A un coté pointu
Si le soleil est froid
Si les quatre saisons
Ne sont vraiment que quatre
Sans avoir essayé
De porter une robe
Sur les grands boulevards
Sans avoir regardé
Dans un regard d'égout
Sans avoir mis mon zobe
Dans des coinstots bizarres
Je voudrais pas finir
Sans connaître la lèpre
Ou les sept maladies
Qu'on attrape là-bas
Le bon ni le mauvais
Ne me feraient de peine
Si si si je savais
Que j'en aurai l'étrenne
Et il y a z aussi
Tout ce que je connais
Tout ce que j'apprécie
Que je sais qui me plaît
Le fond vert de la mer
Où valsent les brins d'algues
Sur le sable ondulé
L'herbe grillée de juin
La terre qui craquelle
L'odeur des conifères
Et les baisers de celle
Que ceci que cela
La belle que voilà
Mon Ourson, l'Ursula
Je voudrais pas crever
Avant d'avoir usé
Sa bouche avec ma bouche
Son corps avec mes mains
Le reste avec mes yeux
J'en dis pas plus faut bien
Rester révérencieux
Je voudrais pas mourir
Sans qu'on ait inventé
Les roses éternelles
La journée de deux heures
La mer à la montagne
La montagne à la mer
La fin de la douleur
Les journaux en couleur
Tous les enfants contents
Et tant de trucs encore
Qui dorment dans les crânes
Des géniaux ingénieurs
Des jardiniers joviaux
Des soucieux socialistes
Des urbains urbanistes
Et des pensifs penseurs
Tant de choses à voir
A voir et à z-entendre
Tant de temps à attendre
A chercher dans le noir
 
Et moi je vois la fin
Qui grouille et qui s'amène
Avec sa gueule moche
Et qui m'ouvre ses bras
De grenouille bancroche
 
Je voudrais pas crever
Non monsieur non madame
Avant d'avoir tâté
Le goût qui me tourmente
Le goût qu'est le plus fort
Je voudrais pas crever
Avant d'avoir goûté
La saveur de la mort...
 
Boris Vian
Je voudrais pas crever
1962, ed. Jean-Jacques Pauvert
fotografia de Francesca Woodman
 

domingo, 13 de outubro de 2013

trielo

Portugal não é um país particularmente rico em arte conceptual. Aparte uma série de experiências que não vão além da repetição de experiências feitas por artistas estrangeiros, há poucos nomes a citar no campo do conceptual. Os imitadores beneficiaram do fechamento cultural do país durante o Estado Novo e, com as vantagens de estudar no estrangeiro, foi possível a vários artistas conquistar aclamação com trabalhos pobres e pouco criativos. Helena Almeida é, por isso, um caso praticamente excepcional na arte portuguesa. O seu universo de certa forma autista só pontualmente tem referências visíveis e, mesmo nas suas primeiras exposições, o que se nos apresenta é um cruzamento entre fotografia, pintura, escultura e performace, um projecto difícil mas apaixonante.


Uma das suas séries mais interessantes é uma das intituladas ''Pintura Habitada'', de 1976. Helena Almeida utilizara já a técnica de pintar ou desenhar sobre fotografias, mas esta série inicia uma nova problemática, que se prende essencialmente com o espaço. A artista chama ao que faz neste trabalho ''pintar para a frente''. Nas fotografias, o modelo é sempre a própria Helena Almeida, fotografada pelo marido, o arquitecto Artur Rosa. Neste caso, vê-mo-la segurando um pincel. A intervenção com pintura é uma mancha de tinta azul que vai sendo maior de fotografia em fotografia, até ocultar por inteiro o corpo. Esta pintura existe sem superfície, está como que suspensa no espaço entre o modelo fotografado e o espectador. A bidimensionalidade torna-se então um conceito confuso, porque o muro crescente de tinta azul convoca toda uma espacialidade sem outra saída que não o tridimensional. É diferente daquilo que acontece numa fotografia. A fotografia é representação bidimensional do que é tridimensional. Mas aqui, a tinta azul contrasta significativamente com o preto-e-branco da fotografia, assume-se como elemento de natureza distinta e, o que é mais decisivo, encena uma realidade que uma fotografia não poderia, à partida, captar. Por isso este gesto de ''pintar para a frente'' é um dos aspectos mais desconcertantes da obra de Helena Almeida. Ele origina um onirismo que toca o abstracto, o que nos confronta com as limitações do que entendemos como figurativo.
Nas fotografias, a artista surge-nos vestida de negro, com uma expressão serena que tende para o melancólico. Nunca nos fita directamente nos olhos. Acaba por ficar oculta pela pintura, que se torna muro. Esse muro é desviado, mas a série termina antes que ela esteja novamente revelada. Poderemos interpretar tudo isto como uma anulação? A serenidade com que o rosto de Helena Almeida aceita a ocultação, não será precisamente um reconhecimento de que, ali, ela cessa de existir para se tornar parte da obra, disposta inclusivamente ao sacrifício?
A rejeição constante da ideia de auto-retrato na obra da artista pode confirmar esta ideia. De facto, o que aqui existe é auto-representação. A figura de Helena Almeida é sempre discreta, apesar de central, e contida, apesar de expressiva. Nesta ''Pintura Habitada'', sobressai a relação física do corpo com a obra, simbolizada pela tinta. Mas essa relação física propaga-se ao espectador, que passa a ter uma relação, também física, com aquela muralha de tinta e, consequentemente, com o corpo da artista, então auto-representado. Em última análise, é essa a habitação desta pintura: definindo distâncias, marcações espaciais, ela cria um trielo com a artista e o observador, deixa de ser pintura para ser espaço, capaz de suportar vida e energia.
E se a obra de Helena Almeida rejeita as disciplinas artísticas, é por convocar um grande número delas, e não devemos esquecer-nos de incluir a arquitectura.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ponto de Honra




















Desassossego a paixão
espaço aberto nos meus braços
Insubordino o amor
desobedeço e desfaço

Desacerto o meu limite
incendeio o tempo todo
Vou traçando o feminino
tomo rasgo e desatino

Contrario o meu destino
digo oposto do que ouço

Evito o que me ensinaram
invento    troco    disponho
Recuso ser meu avesso
matando aquilo que sonho

Solto ao eixo da quimera
saio voando no gosto

Sou bruxa
Sou feiticeira
Sou poetisa e desato

Escrevo
e cuspo na fogueira

Maria Teresa Horta
Inquietude
2006, ed. Quasi
fotografia de Graça Martins

sábado, 20 de abril de 2013

Quasi vas auri solidum...


Un maître dit: Si tout intermédiaire entre moi et le mur était supprimé, je serais près du mur, mais je ne serais pas dans le mur. Il n'en est pas ainsi pour les choses spirituelles car l'un est toujours dans l'autre: ce qui reçoit est [identique] à ce qui est reçu, car il ne reçoit rien que lui-même. C'est subtil. À qui le comprend, on a suffisamment prêché. Cependant, un mot sur l'image dans l'âme.
Beaucoup de maîtres prétendent que l'image est issue de la volonté et de la conaissance. Il n'en est pas ainsi. Je dis bien plutôt que cette image est une expression d'elle-même sans volonté et sans connaissance. Je vais vous en donner une comparaison. On place un miroir devant moi; que je le veuille ou ne le veuille pas, sans ma volonté et ma connaissance, je me reflète dans le miroir. Cette image ne provient pas du miroir, elle ne provient pas non plus d'elle-même, l'image provient bien plutôt de ce dont elle tient son être et sa nature. Quand le miroir qui était devant moi est enlevé, je ne me reflète pas plus dans le miroir, car je suis cette image elle-même.
Encore une autre comparaison. Quand une branche jaillit d'un arbre, elle porte le nom et l'être de l'arbre, ce qui sort est [identique] à ce qui demeure à l'intérieur et ce qui reste à l'intérieur est [identique] à ce qui sort. Ainsi la branche est une expression d'elle-même.
Je dis absolument de même pour l'image de l'âme. Ce qui sort est [identique] à ce qui reste à l'intérieur et ce qui reste à l'intérieur est [identique] à ce qui sort. Cette image est le Fils du Père et je suis moi-même cette image et cette image est [la sagesse]. Que Dieu en soit loué maintenat et toujours. Amen. Que celui qui ne comprend pas ne s'en soucie pas.

Eckhart von Hoccheim
trad. Jeanne Ancelet- Hustache
Sermons (vol.1)
2003, ed. Points (Sagesses)
fotografia de Ralph Eugene Meatyard

terça-feira, 16 de abril de 2013

Dois poemas de Eduarda Chiote


NA MORTE ESTÁ DOENDO INCRIVELMENTE

Vontade de ter perdido a vontade,
acabei por me enfiar por um corredor à minha procura,
a enfermaria usava nesse dia chinelos azuis e bata da mesma cor,
emocionei-me com os meus passos
no céu
e desejei que as seringas me recusassem as veias: a porta do quarto 
                                                       [entreaberta sorriu-me
como se ela mesma tomada de espanto
me garantisse nada é tão terrível como imaginas,
evadiste-te.
E já nem os teus
órgãos _em tempestade. O vidro do soro balançava no vazio
como quando as minhas palavras gota
a gota.
Quero agora esquecer que há poemas com muitas receitas,
contas por pagar,
unhas que se esgotam
nos dedos; páginas separadas do livro _são as contingências,
as contingências.
Nada pode ser assim tão ruim: tive alta, mas aqui,
na morte,
está doendo incrivelmente.
«A vida corrói mesmo»,
é uma iniquidade, uma iniquidade: tornei-me tão
insuficiente
que se ninguém
aparecer
não tem importância nenhuma.
Só te peço que guardes de mim uma pequena recordação, pois nela
permaneceremos: a tua escrita e a minha
autobiografia


O POTENCIAR DO REAL

Fica em silêncio. Escuta. Ouve o que te digo.
Não duro sempre. Não duro
sempre. Hoje, vi um morto. Constatei
caber dentro dele: o cancro (observei-o do caixão)
foi o seu melhor amigo: o único que sofreu
a mesma dor.

Órgãos Epistolares
2011, ed. Afrontamento
fotografia de Peter Hujar

quinta-feira, 4 de abril de 2013

[ponho palavras onde vou morrer]


ponho palavras onde vou morrer
e estremeço porque a vida se dissipa
como água derramada no soalho

entre muitas outras coisas escrever
é procurar nos confins

além tempo e sucessão de espaços
a demorada nomenclatura do efémero

Miguel-Manso
Aqui Podia Viver Gente
2012, ed. Primeiro Passo
fotografia de Helena Almeida


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Florbela Espanca (algumas fotografias)


 
Florbela e o primeiro marido, Alberto Moutinho. Foram casados entre 1913 e 1921

António Guimarães, o segundo marido, com quem Florbela esteve casada entre 1921 e 1925

O terceiro marido, Mário Lage. O casamento durou de 1925 até 1930, ano em que Florbela se suicida.

Apeles Espanca, o irmão mais novo de Florbela, a quem é dedicado o ''Livro de Mágoas'' (1919). Apeles morre em 1927. Florbela escreve, em sua memória, o livro de contos ''As Máscaras do Destino'', editado postumamente em 1931.