I
Com uma ruga
interrogaste a morte
.
sem desviar os olhos
viste-a lançar os dados
e decidir a sorte.
II
Era a casa das flores.
No corredor
choravam as mulheres.
Não sabiam porquê.
Era tarde?
Era cedo?
Era a casa do medo.
III
Já não perguntas
já sabes.
De noite a fada madrinha
vem trazer a luz da vida.
Só de noite,
não de dia.
não de dia.
De dia fica escondida
porque a luz é pequinina
IV
Ao longe na floresta
o riso dos irmãos
pequeno brilho
de ouro
não é uma clareira
é a fresta rasgada
na pupila dos olhos.
Yvette K. Centeno
Canções do Rio Profundo
2002, ed. Asa
2002, ed. Asa
pintua de Edvard Munch
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