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Esclarecendo que o poema
é um duelo agudíssimo
quero eu dizer um dedo
agudíssimo claro
apontando ao coração do homem
falo
com uma agulha de sangue
a coser-me todo o corpo
à garganta e a esta terra imóvel
onde já a minha sombra
é um traço de alarme
é um duelo agudíssimo
quero eu dizer um dedo
agudíssimo claro
apontando ao coração do homem
falo
com uma agulha de sangue
a coser-me todo o corpo
à garganta e a esta terra imóvel
onde já a minha sombra
é um traço de alarme
Luiza Neto Jorge
Terra Imóvel
1964, ed. Portugália
fotografia de David Penprase
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