é preciso precipitar o conhecimento da doença.
_entretanto muita nobreza e saltimbancos
como algas que a águas esbofeteia.
a matéria adultera-se dia a dia
recua a cartilhagem ocre das árvores
como uma sonoridade agressiva e impotente.
trompa anal do vento (vergonhas de gente com vergonha)
a ração descorada da tua pele de pêssego e de fases solares.
a primavera chega porque os fariseus a fazem fermentar
abre a boca e fecha os olhos faisões passeiam sobre os fruncos.
a manicure esfrega as pernas friorentas
e sugere um pouco mais de meiguice e má-vontade.
bendita a terra estéril e surda que não lhes paga.
letra e espírito das flores do desmaio.
Regina Guimarães
Abaixo da Banalidade, Abastança
1980, ed. Hélastre
pintura de Anne Bachelier