sexta-feira, 7 de maio de 2010

Rosto Sitiado, 13



De novo curvamos o corpo
cingido o arrepio das casas.
De novo apertamos nos olhos
a dor monótona da chuva
árvores despenteadas
ossos
húmida negrura.

O silêncio do vento
fere
nosso rosto sitiado.

De novo nos consumimos
em outono
fogo lento
e as mãos perfumam a tarde
consentem o cansaço
como pássaros
assustados de cinzento.






Maria Graciete Besse
Rosto Sitiado
ed. Fenda, 1983
imagem de Jorge Pinheiro

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