Terminou recentemente a segunda temporada da série britânica "Luther". A primeira contava com seis episódios e a segunda com quarto. É um pouco triste que uma série com as qualidades desta tenha tão poucos episódios enquanto outras, menos interessantes mas mais vendáveis, se arrastam por intermináveis temporadas com inúmeros episódios que já não convencem ninguém. Claro que me estou a referir a "CSI".
"Luther" é uma série de investigação criminal, mas que nos obriga a esquecer tudo o que pensamos que sabemos sobre séries de investigação criminal. Dizer que isto se deve ao facto de esta ser uma série europeia pode parecer árido à primeira vista, mas a verdade é que explica muita coisa.
Segui avidamente a primeira época que nos conta a história de um polícia, John Luther (Idris Elba) que, por mais competente que seja, não nos surge nunca como um herói, nem perto disso. Luther tem um carácter agressivo e quase totalitário, é o homem que não olha a meios para atingir os fins. Só não é detestável porque os seus fins são, em princípio, nobres. A descoberta da sua personalidade e da sua vida conturbada é assunto dos episódios, bem como dos crimes, invulgares, agoniantes e violentos, que investiga na cidade de Londres.
No entanto, o que aqui há de mais fascinante é a relação insólita que John Luther desenvolve com a primeira criminosa que investiga mas que não consegue apanhar: Alice Morgan (Ruth Wilson) é uma sociopata charmosa, genial e absolutamente maligna a quem acontece o pequeno acidente de se fascinar pelo homem que tenta provar que ela havia assassinado os pais a sangue frio. É pouco claro se Alice se apaixona por Luther (Porque se coloca a questão se uma sociopata poderá verdadeiramente ter sentimentos.), mas o que é certo é que se comporta dessa forma, talvez por finalmente conhecer alguém de quem se sente igual, e não superior.
A relação entre os dois vai avançando ao longo dos episódios e instiga em nós talvez bem mais curiosidade do que propriamente os crimes investigados.
É por isso que esta segunda época corre mal. Tudo o resto que a série tinha de interessante, tanto a nível de argumento como de realização, mantém-se. Mas Alice Morgan desaparece no segundo episódio. Luther tem uma nova "protegida", Jenny Jones (Aimee Ffion-Edwards) que pode ser adorável, mas não é fascinante como Alice Morgan.
Destaque-se ainda uma banda sonora excelente, em que se ouvem canções de Emiliana Torrini, Marilyn Manson, Sia Furler e Muse, entre outros.
Ainda não está decidido se "Luther" terá terceira temporada. Mas a meu ver, nem vale a pena tentar, se Alice Morgan não estiver incluida.
(A série integral pode ser descarregada a partir daqui: http://www.baixartv.com/download/luther/)
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