segunda-feira, 8 de agosto de 2011

[Correste depressa demais]


Correste depressa demais
na ânsia de tudo alcançar

Mas por entre os dedos se escoou a vida
nem saudades nem rancores ficaram

Nada viste nada sentiste
e em tudo um sabor a fastio

Papéis amarfanhados
palavras inacabadas
lixo...

E para quê tanta sofreguidão?

Só ficarás perante as trevas
frente ao mistério inexplicável
e nem um ombro firme onde te apoiares
só ficarás perante ti

HENRIQUE RISQUES PEREIRA
Transparência do Tempo (poesia)
2003, ed. Quasi

fotografia de SLAVA MOGUTIN

1 comentário:

Graça Martins disse...

muito bom o poema e a foto do Slava.