A FINE DAY TO EXIT*
A
cidade parece
uma miniatura na esfera
de vidro e eu caminho nela,
encurralado. À espera.
Assim
me afundo, páro
no café onde não estás
e sei que este
é um bom dia para ir embora.
Estou noutro lugar,
entre segredos que dizem
o teu nome.
Estendo os braços,
já nem à tua procura,
apenas na tentativa de estar menos só
num tão bom dia para ir embora.
Debruçado na janela vejo
os carros, as luzes
e sobe o eco das conversas.
Quero descer,
inclino-me próximo da queda
No espelho há um rosto
a perder-se no teu,
e penso então que este é
um bom dia para ir embora.
Porque a cidade tem ainda
as suas zonas de sombra
onde é possível um abraço,
devo acreditar que haverá
um bom dia para ficar.
uma miniatura na esfera
de vidro e eu caminho nela,
encurralado. À espera.
Assim
me afundo, páro
no café onde não estás
e sei que este
é um bom dia para ir embora.
Estou noutro lugar,
entre segredos que dizem
o teu nome.
Estendo os braços,
já nem à tua procura,
apenas na tentativa de estar menos só
num tão bom dia para ir embora.
Debruçado na janela vejo
os carros, as luzes
e sobe o eco das conversas.
Quero descer,
inclino-me próximo da queda
No espelho há um rosto
a perder-se no teu,
e penso então que este é
um bom dia para ir embora.
Porque a cidade tem ainda
as suas zonas de sombra
onde é possível um abraço,
devo acreditar que haverá
um bom dia para ficar.
[João Borges: Lisboa, 1.3.2011]
*é o título de uma canção e de um álbum, de 2001, dos Anathema
fotografia de Slava Mogutin
1 comentário:
adorei!! quero ver muito mais!
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