Escrever é defender a solidão em que se está; é uma acção que brota somente de um isolamento afectivo, mas de um isolamento comunicável em que, exactamente, pela distância de todas as coisas concretas, se torna possível um descobrimento de relações entre elas.
Mas é uma solidão que necessita de ser defendida, que é o mesmo que necessitar de justificação. O escritor defende a sua solidão, mostranso o que nela e unicamente nela, encontra.
María Zambrano
trad. José Bento
A Metáfora do Coração e outros escritos
1993, ed. Assírio e Alvim
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