domingo, 19 de fevereiro de 2012

[É o ar que se dispersa nesta noite que não dorme.]



É o ar que se dispersa nesta noite que não dorme.
Atravesso-a de perfil lembrando restolhos de adolescência,
dias murados de glicínias e temores, o sabor alheio de sementes.


Era de outro querer que te falava quando falavas.


Colhi um trigo loiro para depôr na fronte, um coração frágil
com que enfeito ombros e o fogo.

Helga Moreira
Os Solestícios do Tigre
in 'A Jovem Poesia Portuguesa/2'
1985, ed. Limiar
pintura de Steven Kenny

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