sábado, 16 de fevereiro de 2008

Annie Lennox: Songs Of Mass Destruction

ELEVEN BEAUTIFUL THINGS
Imagine-se Annie Lennox num belíssimo e simples vestido preto de pé sobre uma barra cronológica, com um pé pousado nos anos oitenta e o outro pousado em 2007. Pronto: Isso chama-se "Songs Of Mass Destruction".
Se "Diva", "Medusa" e "Bare" se faziam de canções simples focadas na brutal voz da ex-vocalista dos Eurythmics, "Songs Of Mass Destruction" é mais marcado pelo conceito das canções grandiosas, ficando a voz a dividir o protagonismo com os talentos de Lennox como compositora.
Interessante, para começar, é ver como, de facto, "Songs Of Mass Destruction" parece ser o passo mais apropriado depois de "Bare". Assim, ainda há a multiplicidade sonora que já se fazia notar no predecessor, mas agora, é a génese de "A Thousand Beautiful Things" que prevalece em que o minimalismo instrumental se encontra com a força dos arranjos de cordas. É aqui que reside o maior traço de modernidade do álbum. De facto, a partir do final dos anos oitenta, e Kate Bush e Bjork tiveram a sua importância nisto, os arranjos de cordas, quase como aceitação ao clássico, fazem-se sentir em quase toda a música alternativa. Annie Lennox decide não ser excepção naquele que é o seu quarto álbum.


Mas, de facto, em tudo o resto, este é um álbum muito ligado á sonoridade de que Annie provem. Assim, estão recolhidos os elementos para que possam nascer grandes canções e canções grandiosas também. Como "Dark Road", "Smithereens", "Throught The Glass Darkly" ou "Sing".
Ainda que por vezes pareça escorregar para determinados clichés, principalmente no que diz respeito á composição das baladas do álbum, a verdade é que, em grande parte das faixas consegue sempre manter um certo nível de qualidade a que nos tem vindo a habituar.
O próprio título do álbum remete-nos para uma vontade de criar algo avassalador, objectivo, aliás, que por vezes consegue atingir facilmente, não só pela já referida grandiosidade de arranjos, mas também pela beleza das composições. "Dark Road" ou "Lost" marcam, definitivamente uma primeira vertente do álbum, ligada precisamente á beleza; "Ghost In My Machine" ou "Sing" marca outra, ligada ao ritmo e a composições mais assumidamente (Ou destemidamente.) pop. "Sing", incluida na campanha contra a SIDA de Nelson Mandela, conta com a participação de nada mais nada menos do que Anastacia, Isobel Campbell, Dido, Céline Dion, Melissa Etheridge, Fergie, Beth Gibbons, Faith Hill, Angélique Kidjo, Beverley Knight, Gladys Knight, k.d. lang, Madonna, Sarah McLachlan, Beth Orton, Pink, Bonnie Raitt, Shakira, Shingai Shoniwa, Joss Stone, Sugababes, KT Tunstall, e Martha Wainwright.
Impõe-se então falar de "Songs Of Mass Destruction" como se impõe falar de Annie Lennox, que, apesar de passar despercebida pelos escaparates se mantém firme na sua identidade musical que cresce sem ser adulterada.




Veredicto Final: 18/20

2 comentários:

BE disse...

sendo sincera caro joao, estou a espera que a nossa senhora de calcuta desça à terra e mude a nita!

olha esta é pa ti:

redrum iob

Supermassive Black-Hole disse...

A MADRE TERESA ESTAVA A FAZER TUDO PELA PUBLICIDADE QUE LHE DAVAM!!!! Ou pelo menos é o que eu acho... e nem o próprio JC mudava a nossa boi... ainda bem que gostas da Annie Lennox (Gostas?)