Aqui começam as minhas incursões no Fantas!!!!
“Undead Or Alive” é um filme que assume o seu objectivo no título: criar uma comédia de zombies. Este é um conceito já visto noutros filmes, como “Scary Movie” faz com os filmes de terror, ou “Not Another Teenage Movie” com os filmes de adolescentes. Fasquias de qualidade aparte, querer zombar do trabalho de outras pessoas é um acto que requer cuidado. Primeiro porque há que fazê-lo sem insultar as pessoas com quem se goza, e segundo porque a vontade de satirizar pode conduzir a uma diminuição da qualidade da peça a conceber. Assim sendo, neste tipo de trabalhos há que ter um apuradíssimo know-how.
Glasgow Phillips consegue criar um filme em que não desrespeita os cineastas que se dedicam ou dedicaram aos filmes de zombies. Nestas duas condições básicas, falha, essencialmente, em deixar-se levar por certos clichés que, logicamente, em nada abonam a seu favor: Na sequência de abertura, um zombie recém-convertido, tentando entrar em casa, enfia um pé num balde. Isto é só um exemplo.
Em relação á sinopse, ela não traz nada de novo: dois presos na sequência de uma briga, fogem e prendem o guarda na cela ao lado da de um homem (Um zombie.) que havia assassinado a mulher e a filha á dentada. Este homem acaba por morder o guarda, que depois morderá o xerife, e, no decorrer do filme, a doença zombia vai assim proliferando.
Os dois foragidos vão fugindo pelo meio do deserto, perdidos, e cruzam-se com uma rapariga índia que veio para assassinar os assassinos do seu tio, o homem que lançara a maldição do zombie naquelas pessoas.
Nisto mistura-se a temática do zombie com reminiscências do western, reforçadas pelas letras do genérico, e pela banda sonora que usa várias músicas country.
No geral, tem uma realização boa, sem ser ousada e sem arriscar muito. Por vezes, a obsessão de gerar gargalhadas no público “empata” a história, que fica por momentos em segundo plano. Ainda assim, consegue bons picos de humor, usando algumas cenas picarescas que recusam o previsível (Por exemplo, a discussão entre o cowboy branco e a índia, em que, num momento de desespero, para discutirem qual das raças é melhor usam argumentos como a invenção da roda e as maldições, ou numa outra cena, o padre desesperado por água que se vê encurralado pela própria distracção.). Também a componente inevitável do amor se faz sentir de uma forma inesperada.
A propósito de efeitos especiais, há uma coisa a dizer: são do pior que há. Rudimentares, parecem ter saído das mãos de um aluno do 5º ano de escolaridade, sem formação em cinema ou multimédia.
Indubitavelmente um filme que opta por jogar pelo seguro, “Undead Or Alive” é bom para arrancar risos mesmo as mais sisudos mas enquanto peça cinematográfica é um filem longe de assinalável.
Veredicto: 13/20
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