sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Estrada de Fogo


Pedra a pedra a estrada antiga
sobe a colina, passa diante
de musgosos muros e desce
para nenhum sopé;

encurva, na abstracta encruzilhada;
apaga-se, na realidade. Morre
como o rastilho do fogo,
que de campo em campo aberto

seguia, e ao bater na mágica cancela
dobrava a chama, para uma respiração,
e deixava o caminho do portal
incólume e iniciado.

Fiama Hasse Pais Brandão
"Três Rostos" (Arómatas e Ecos)
1989, ed. Assírio e Alvim
pintura de Mário Cesriny de Vasconcelos

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