O homem olha. o homem não olha. o homem sabe que olha. o homem não sabe se vê. o homem quer saber se vê. o homem não quer saber se sabe. o homem quer saber se sabe ver. o homem interroga o seu querer saber se alguma coisa se vê. o homem não responde às interrogações sobre o seu querer saber se alguma coisa provavelmente se vê. o homem cria o silêncio para não responder às suas próprias interrogações sobre o seu desejo ou a sua recusa de saber se alguma coisa é ou não possível de se ver daqui. o homem interroga o seu próprio silêncio com que persiste em responder às suas interrogações acerca da sua indiferença sobre o conhecimento de alguma coisa que não sendo visível deste local se torna de existência duvidosa. o homem distancia-se do processo pelo qual poderá averiguar sequer se a dúvida se vê. o homem propõe uma tarefa que é a própria negação da proposta. o homem abre a porta.
E.M. de Melo e Castro
Corpos Radiantes
1982, ed. &etc
desenho do autor
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