quinta-feira, 20 de outubro de 2011

American Horror Story



Já vi os dois primeiros episódios, e gostei. Fiquei bastante surpreendido, por duas razões: a primeira é que os criadores desta série são Brad Falchuk e Ryan Murphy, os criadores das séries Nip/Tuck e Glee, duas séries que têm sobre mim o efeito de me deixar no mais completo coma mental (Costumo ver Glee quando estou terrivelmente cansado ou com problemas.); a segunda é que uma série sobre uma casa assombrada parece a ideia mais cliché que se podia encontrar para uma série de horror.
No entanto, confesso que American Horror Story me surpreendeu ao máximo. Trata-se da história de um psiquiatra, Ben Harmon (Dylan McDermott) que se muda com a família para uma casa antiga em Los Angeles, depois de, em Boston, ter tido um caso com uma aluna, aquando de uma fase difícil entre ele e a mulher, Vivien (Connie Britton), quando esta tem um aborto espontâneo. A casa, apesar de espantosa, é bastante barata, uma vez que o anterior habitante havia assinado ali mesmo o seu namorado, suicidando-se depois.
Evidentemente, fica no ar a suspeita de que a casa estará, muito provavelmente, assombrada.
Além dos fragmentos do passado que nos são mostrados no início dos episódios, há ainda a premonitória presença obsessiva de Addy (Jamie Brewer), uma rapariga mongolóide, da sua mãe um tanto invulgar, Constance (Jessica Lange) e a governanta Moira, que aparece como uma mulher velha (Frances Conroy) a todos, com excepção de Ben, que a vê como uma jovem atraente (Alexandra Breckenridge).
Para aumentar o ambiente um tanto surreal que se respira naquela casa, a filha adolescente de Ben e Vivien, Violet (Tarissa Farmiga) começa a namorar com um dos pacientes do pai, Tate (Evan Peters), que sofre de uma grave perturbação que inclui o instinto de matar aqueles que ama.
A série está cheia de referências ao universo sado-masoquista, e, por outro lado, parece interessada em reinventar alguns dos clichés do cinema do terror, tornando-os, nessa reinvenção, um não-cliché, por assim dizer. Tratando-se de uma série de televisão, cuja primeira season (Não está decidido se haverá segunda.) conta com treze episódios, é de notar que é criado um certo impasse relativamente a algumas questões, no entanto, esse impasse não se traduz numa ausência de novos dados sobre a casa, nem num retardar da acção: bem pelo contrário, os dois episódios marcam já alguns avanços na narrativa.
De louvar é também a escolha dos actores, que recusa completamente os estereótipos em que o horror parece ter caído, e que se prendem essencialmente com o compensar do elemento gore com a beleza física dos actores. Não há aqui gente feia, no entanto, todos os actores parecem gente normal, e a isso a caracterização bastante casual ajuda muito.
Por último, destaco ainda o genérico, que consegue ser a um tempo discreto e contundente, com imagens que, não sendo, pelo menos até agora, relacionadas com o universo da série, para o seu género nos remetem.
A continuar a ver, sem dúvida.

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