Com os seus nomes há-de chegar a morte,
e neles se desprende outro sentido
para envolver agora qualquer réstia
de luz, o que nos cerca como o vento
preso a leves perfis de novo erguidos
assim como veias, lábios que procuram
apenas a surpresa da palavra
mais cedo abandonada noutra súbita
manhã que se transforme no vestígio
da voz quase desperta ao recordar
o que nos pertencia e foi mais nosso
que a suspeita, o lamento onde se apaga
o limite de tudo, um gesto ao longo
da nudez, que era a sombra de a mostrar.
Fernando Guimarães
Casa: O Seu Desenho
1985, ed. Imprensa Nacional- Casa da Moeda
desenho de Henry Moore
Sem comentários:
Enviar um comentário