Sem corpo nenhum,
como te hei de amar?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma escolheste
esse doce mal!
Sem palavra alguma,
como o hei de saber?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma desejas
o que não se vê!
Nenhuma esperança
me dás, nem te dou:
— Minha alma, minha alma,
eis toda a conquista
do mais longo amor!
Cecília Meireles
Poesia (1942-1959)
pintura de Graça Martins
1 comentário:
que poema tão dramático!!! Lindo e atravessado pelo romantismo.
A pintura lembro-me que pertence à colecção particular da escritora Filomena Cabral.
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