domingo, 13 de abril de 2008

Lembrança de Perder Tudo


o teu rosto transformou-se na noite interminável
que atravessa cada tarde, cada tarde, cada tarde
interminável.

o rio de fumo que levava o teu nome para as
estrelas desapareceu dentro de dentro de dentro
da minha tristeza.

e o teu rosto era tudo o que tinha. e o teu nome era
tudo o que tinha. tu eras tudo. tudo. e tudo é agora
mais que tudo.


JOSÉ LUIS PEIXOTO, "A Casa, A Escuridão" 2002
Imagem: NAN GOLDIN

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