Uma vez que estamos nesta data tão significativa, relembro José Afonso, o chamado "Rosto da Utopia", um homem extraodrinário que usou a arte da palavra cantada para lutar pelos seus princípios políticos e sociais.
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação.
Também recomendo uma visita pelo menos ao site do movimento "Não Apaguem a Memória" que pretende, precisamente, preservar a memória do 25 de Abril e dos tempos anteriores a ele. Precisamente na Quarta Feira, com repetição amanhã, Sábado, foi organizada por Maria Rodrigues (Autora do livro "Pelo Direito Á Cidade".) uma visita á antiga sede da Pide do Porto, actual Museu Militar. O site é http://maismemoria.org/mm/
1 comentário:
As palavras de Zeca Afonso são fortes como só poderiam ser de alguém sensível e inconformista como ele. Um País que esqueça o seu passado, nunca terá nem presente, nem futuro.
Quem teve o privilégio de viver o 25 de Abril, nunca vai esquecer a canção "E Depois do Adeus" de Paulo de Carvalho, que funcionou como a 1ªsenha, 5 minutos antes das 23h, para desencadear todo o processo...e as noites de calor fantásticas,o jardim de S.Lázaro, perto da Faculdade de Belas Artes do Porto, no seu auge, perfumado pelas Tílias e as ruas repletas de gente com uma sensação de fraternidade e igualdade e uma felicidade indescritível.
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