Woody Allen é sem sombra para dúvidas um dos cineastas mais influentes da actualidade. Goste-se ou não se goste, todos sabemos pronunciar o seu nome, e todos sabemos o que faz. Os filmes mais recentes, sem serem maus, estão longe de poder igualar obras-primas como "Toda a Gente Diz Que Te Amo" ou "Balas Sobre a Broadway". Isto, até que chegamos a "Match Point". A história começa com uma sequência em que Jonathan Rhys-Meyers surge como voz-off, e que parece, á primeira vista, ser meramente introdutória. Isso é falso. A sequência de abertura diz provavelmente mais sobre o filme do que qualquer outra.
Chris Wilton (Rhys-Meyers) é o protagonista, um simples professor de ténis, que largou as competições, e que, através de um aluno, acaba por socializar regularmente com a rica e importante família Hewitt, acabando por casar com a filha destes, e irmã do seu aluno, Tom. O aluno, interpretado por Matthew Goode, tem um namoro quase de circunstância com uma actriz jovem e bonita, mas já falhada, Nola Rice, interpretada, claro está, por Scarlett Johansson. É por Nola que, em breve, Wilton se apaixonará, enquanto, graças ao seu casamento com Chloe Hewitt, vai ascendendo na empresa da família.
O affair começa, e assim, a obsessão de Chris por Nola vai-se tornando no oposto, ou seja, a obsessão de Nola por Chris, e as consequentes exigências de um divórcio rápido. Não vale a pena continuar a revelar pormenores, até porque isso seria contar a história.
"Match Point" parece não contar, á primeira vista, com uma história inédita, mas é os contornos que Allen lhe desenha que tornam o filme numa referência obrigatória na sua filmografia.
Quanto aos actores, eles estão, claro, muito bem. Jonathan Rys-Meyers acaba por, com ou sem intenção, lembrar o seu próprio papel em "Velvet Goldmine", principalmente nas primeiras sequências em que o vemos. Consegue, de resto, uma excelente performance. Johansson, apesar de não ter uma má interpretação, não deixa de ter a seu cargo um papel previsível, que parece ter sido feito para ela, mais do que parece ter sido ela a adaptar-se a ele. Emily Mortimer é também impressionante, e foi claramente escolhida a dedo para o papel de Chloe: o seu ar frágil e suspectível vai perfeitamente de encontro á personagem que encarna.
"Match Point" parece não contar, á primeira vista, com uma história inédita, mas é os contornos que Allen lhe desenha que tornam o filme numa referência obrigatória na sua filmografia.
Quanto aos actores, eles estão, claro, muito bem. Jonathan Rys-Meyers acaba por, com ou sem intenção, lembrar o seu próprio papel em "Velvet Goldmine", principalmente nas primeiras sequências em que o vemos. Consegue, de resto, uma excelente performance. Johansson, apesar de não ter uma má interpretação, não deixa de ter a seu cargo um papel previsível, que parece ter sido feito para ela, mais do que parece ter sido ela a adaptar-se a ele. Emily Mortimer é também impressionante, e foi claramente escolhida a dedo para o papel de Chloe: o seu ar frágil e suspectível vai perfeitamente de encontro á personagem que encarna.
Allen, como de costume, conduz-nos na sua história através de pormenores discretos, conduz-nos ou engana-nos, e, pelo meio, acrescenta marcas da sua própria cultura, como nos habitou desde sempre.
Uma nota muito positiva para a cena em que Nola e Chris se conhecem, na casa dos Hewitt. Apesar dos planos serem simplificados, a interacção entre Rhys-Meyers e Johansson, e o respectivo diálogo é assinalável.
Juízo Final_ 19/20
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