O som da água corre abundantemente. A que filho te darás neste momento? Reúno as recordações mais antigas, as vagas e as precisas, sua silhueta se recorta no ponto mais íntimo da casa. Müntzer dorme, e recolhemos nosso espírito no que dizemos,
e no ciciar breve que não nos abandona. Pergunto-te o que não sei:
_Tinha-te dado uma haste metálica, igual a uma que comprara para mim. Com uma flor na ponta.
_Impressionou-me o sentido do presente. Julguei que desejavas que eu morresse.
_Como pudeste pensar...
Maria Gabriela Llansol
Um Arco Singular, Livro de Horas II
2010, ed. Assírio e Alvim
pormenor de pintura de Rogier van der Weyden
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