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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mal por mal

De acordo com as sondagens publicadas no dia anterior às eleições, a vitória de Pedro Passos Coelho nas Legislativas de ontem não constitui surpresa alguma. As percentagens de votos é que talvez possam surpreender. Relembre-se que o PSD conseguiu 38,63% dos votos, o PS 28,05%, 11,74% para o CDS-PP, 7,94% para o PCP-PEV e 5,19% para o Bloco de Esquerda.

Apesar da nítida impreparação de Pedro Passos Coelho (Nada a ver com a experiência que, boa ou má, era vasta de Manuela Ferreira Leite.), o PSD sobre, em comparação a 2009, 9,52%. Eu penso que isto significa que o problema não era Portugal querer Passos Coelho mas sim, acima de tudo, não querer José Sócrates. Não só o PS desce 8,5% em comparação a 2009, como, desta vez, nem sequer consegue chegar a ter 30% dos votos, o que já não acontecia desde 1991, quando Jorge Sampaio concorreu contra Aníbal Cavaco Silva. O resultado, vergonhoso, não pode propriamente surpreender ninguém: os dois executivos de Sócrates foram demonstrações de pura falta de capacidade de governação, pois, afinal de contas, usou uma maioria absoluta, em 2005, contra os eleitores, denotando um perfil assustadoramente ditatorial e, ao perder essa maioria em 2009, mostrou-se ainda mais incapaz de governar, culminando as suas peripécias com a vinda do FMI para Portugal, de que, aliás, notavelmente Sócrates lavou as mãos, usando, como sempre foi seu costume, doses e overdoses de demagogia, manipulação e arrogância.

Sendo José Sócrates o tipo de homem que não convém ter-se por Primeiro Ministro, verdade se diga que Passos Coelho não é grande alternativa. Com um currículo político diminuto e um exacerbado talento para más escolhas a que, ainda por cima, falta subtileza; Passos benificiou, principalmente, de dois factores: o primeiro, já referido, foi a repulsa que os portugueses ganharam -e com razão -a José Sócrates; o segundo foi uma interessante campanha, arquitectada por alguns Górgias, em que o PSD conseguiu dissimular satisfatoriamente o facto de ter tido um papel importante, senão decisivo, nos eventos políticos que nos conduziram à situação em que nos encontramos. Os portugueses, pouco dados a hipermnésias, provavelmente esqueceram-se que os primeiros três PECs tiveram a participação e a aprovação do PSD e que, se o mesmo não sucedeu com o PEC 4, foi porque, por essa altura, já Sócrates avançava no seu jogo de recuperação de Poder que, afinal, resultou ao contrário.

De destacar, mas não de surpreender, é também a demissão de José Sócrates do cargo de secretário-geral do Partido Socialista. Nunca fui sequer simpatizante deste partido, mas acho que qualquer um de nós, com um pouco de objectividade, pode concluir que faz falta ao PS um outro líder que, se não mais, pelo menos seja de esquerda, num partido de centro-esquerda. Como seria de esperar, há já alguns sussurros não-oficiais sobre novos líderes, dos quais se destacam António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, Francisco Assis, deputado eleito pelo Porto e António José Seguro, eleito por Braga.

A terceira força política mantém-se à direita, com o CDS-PP, que sobe 1,31%. Contrariamente ao que possa parecer, este resultado é, na verdade, muitíssimo insatisfatório para o partido, por mais que os seus representantes digam o contrário. Isto porque, afinal de contas, até ao momento da vitória, muitos dos próprios militantes do PSD não acreditavam em Passos Coelho. Com a direita pouco convicta, seria de esperar uma subida considerável para o CDS e basta recordar que havia sondagens que apontavam para os 13% e Paulo Portas deixava subentendido que esperava mais. Pergunto-me eu se finalmente os portugueses terão percebido que Portas não passa de um sensacionalista que aproveita deixas vindas de todos os partidos, à direita e à esquerda, para fazer oposição; prostituindo, de certa forma, o programa que apresenta. Ninguém mais do que eu gostou de o ver desancar em José Sócrates, mas há que manter os pés bem assentes nesta terra e perceber que há um abismo entre os argumentos que Portas apresenta nos seus debates e as ideias que apresenta no seu programa. Tal como Miguel Sousa Tavares, eu não compreendo por que Portas ainda não se demitiu.

Já a CDU pode cantar de alegria. Apesar de uma subida quase imperceptível, de 0,08% em comparação a 2009, passam para quarto partido da Assembleia, acrescentando um deputado aos 15 que já contavam. Jerónimo de Sousa beneficia assim de se ter mantido firme ao programa e às ideologias do partido, nomeadamente no que toca a ter recusado o acordo com a troika.

O mesmo já não se pode dizer do Bloco de Esqueda, por mais que isso me incomode. A verdade é que foram os primeiros a recusar o acordo, mas isso não apagou o facto de se terem juntado ao PSD e ao CDS-PP na Moção de Censura ao Governo. Entenda-se que, por mais que o Governo o merecesse, todos sabiam de antemão que o resultado seria nulo e, de qualquer maneira, o Bloco juntou-se precisamente aos dois partidos de direita representados na Assembleia. Mais ainda, a junção ao PS para apoiar Manuel Alegre é capaz de não ter agradado a muitas pessoas de esquerda que já andavam de candeias às avessas com o partido de Sócrates. O resultado é a perda de metade dos deputados e a passagem para último partido na Assembleia.

O resultado não é mais do que um "mal por mal". O problema é que, seja como fôr, o futuro não aparenta ser em nada melhor do que o passado. O melhor é irmos todos embora e o último que sair apaga a luz.

segunda-feira, 10 de março de 2008

o livro

que eu gostava de ver publicado.

Chama-se "Holy Wood" e seria a versão literária do melhor álbum de Marilyn Manson. Devido á controvérsia política e religiosa, nenhuma editora o quis publicar. Mas seria bom, a avaliar pela narrativa do álbum...

sábado, 8 de março de 2008

hoje estou

ao lado dos professores, em Lisboa... força nisso!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

o novo estatuto do aluno

Eu não queria mesmo nada manifestar-me sobre política. Pensei que a nova lei da proibição do tabaco seria a excepção que confirmaria a regra, mas Sócrates parece não me querer dar descanso, e, o novo estatuto do aluno, obra em colaboração com a também fenomenal Maria de Lurdes Rodrigues, força-me a evidenciar de novo uma opinião que tenho sobre o circense diário político português. De facto, a avaliar pela pertinência das mais recentes leis deste executivo, é fácil acreditar que Sócrates e os seus aprenderam política no Chapitô, daí que o Diário da República pareça aproximar-se perigosamente do guião de um espectáculo de circo.
Isto porque, seguindo a estética da referida lei do tabaco, o novo estatuto do aluno é um escândalo. E, se não fosse uma anedota de tão mau gosto, proporcionaria certamente muitas e boas gargalhadas.
Mas, falemos concretamente. Segundo o novo estatuto do aluno, que vem substituir o anterior, de 2002, o aluno deve justificar as suas faltas num prazo de três dias úteis. Começamos já por aqui a ver as feições da estupidez: no secundário, há alunos, de resto com eu, que por estudarem longe de casa, só podem recolher a assinatura do encarregado de educação na justificação aos fins-de-semana. Assim sendo, eu, e todos na minha situação, só podemos faltar na Quinta e na Sexta. Teremos que arranjar algures o número de telemóvel ou o e-mail da constipação e da gripe para lhes dizer que só nos poderão atacar nestes dias.
Também é importante realçar que são aceites justificações por doença (Atestados médicos.), prestação de provas em associações, deveres militares. Quanto aos motivos pessoais, não constam. E, por muito que por vezes os motivos pessoais sejam terminar a conversa que se estava a ter no café, a verdade é que por vezes eles existem efectivamente, mas o Governo acha que os alunos são só isso: alunos, despidos da sua condição de humanos, de problemas pessoais, e da EXISTENTE não capacidade de estar fechado numa sala de aula a deprimir mais com os problemas próprios enquanto alguém debita algo sobre alguma coisa. E as justificações, em grande parte dos casos, revelar-se-ão obsoletas.
Depois, há os conceitos de “excesso grave de faltas” e de “limite de faltas”. O primeiro corresponde a duas vezes o número de aulas semanais. O segundo a três. Falemos de punições: no caso de um aluno atingir o excesso grave de faltas, o Director de Turma contactará o encarregado de educação para o informar. No décimo segundo, o encarregado de educação é o próprio aluno (Quando com 18 anos ou mais.), o que torna ainda mais caricata esta ideia. No caso de atingir o limite de faltas, o aluno será submetido a uma “prova de recuperação” onde constará a matéria leccionada nas aulas que o aluno perdeu. No caso de o aluno passar nesta prova (Obtendo uma classificação superior a 10 valores.) fica o assunto resolvido, no caso do aluno não passar, o Conselho de Turma reúne e decide o que fazer com o aluno: aspectos a ter em conta: a justificação ou não da falta, e a situação do aluno nas outras disciplinas. Das sanções figuram planos de acompanhamento ou a reprovação á disciplina.
As falhas no pavimento: um bom aluno, se achar que consegue, falta ás aulas, estuda a matéria em casa, e vai de vez em quando á escola fazer provas de recuperação, e é avaliado como os outros.
Também lesados, os professores passam agora a trabalhar para os alunos que faltam, quer construindo e corrigindo provas de recuperação com conteúdos muito específicos, quer a, eventualmente, preparar e levar a cabo planos de acompanhamento.
Portanto, Sócrates, esse homem de direita, está mais uma vez a espalhar-se ao comprido. No outro dia, para meu próprio desgosto, tive que dar razão a Vasco Pulido Valente, “se o PS está farto de Sócrates, não é difícil deduzir que o país também está”. De facto. Qualquer pessoa que seja realmente socialista, ou de esquerda, só pode estar farta de José Sócrates e dos seus comparsas. Este é um governo mentiroso no sentido mais literal da palavra, pois, ao ser eleito pelo PS, é um governo de direita, volto a afirmar. Esta nova lei é um ESCÂNDALO, mais uma das tentativas de Sócrates de acreditar que, postumamente, o seu governo será lembrado como um governo que de facto mudou alguma coisa. O que não vai acontecer, creio. Se for lembrado por alguma coisa que não a sua incompetência, será lembrado por ter mudado coisas que na realidade não interessavam a ninguém, e por não ter feito nada pelas causas que realmente interessavam.
Já agora, sobre a demissão de Isabel Pires de Lima, sim, todos percebemos que foi só para Correia de Campos não abandonar o executivo sozinho, mas esperemos que o novo Ministro da Cultura faça algo pela Cultura, em vez de ficar a olhar para o tecto; se bem que a minha crença neste governo está, de momento, nos números negativos, abaixo de zero.

PS: Em 2009 eu já voto, não me vou limitar a escrever umas coisas no meu blog…

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Nova Lei-Sócrates

Não é meu costume manifestar-me acerca de política. Não que não tenha uma opinião, simplesmente gosto de a guardar para mim. As almas raras que já leram o meu blog sabem que em situação alguma o utilizei para me evidenciar politicamente. E, posto isto, quem ler vai achar, como eu, ridículo que a primeira vez que o faça seja por um motivo destes. Mas a verdade é que tenho mesmo que me manifestar acerca da nova lei da proibição de fumar nos locais públicos. Quanto a restaurantes, eu estou de acordo. As pessoas vão lá para comer, e não é lá muito agradável estar a comer a comida e o fumo dos outros. Mas os cafés são outra conversa. São locais onde se vai, acima de tudo, passar tempo, e não sao assim tão raras as pessoas que gostam de acompanhar o seu café com um cigarro.
Eu incluido. E portanto, após discordar de tantas medidas do executivo de Socrates, vou-me manifestar.
Primeiro: gosto de escrever no café, enquanto tomo cafés e fumo. Sim, pois, claro, sou um idiota.
Segundo: é insultuoso que um governo que se diz de Esquerda tome uma atitude tão pouco liberal. Nunca de discutiu a legalização das drogas leves. Tudo bem, pode ser só distração. Mas agora os locais onde se pode fumar passam, realmente, a ser tratados como salas de chuto, onde os dependentes vão matar o vício. A isto eu chamo mentes abertas.
Terceiro: há cafés que vão fechar. Na rua da minha escola há um café que tem clientes essencialmente nas horas dos intervalos. Quando há furos há um ou outro aluno que falta á aula de substituição (E faz ele muito bem.), e vai para o café. Mas bastam-me os dedos de uma mão para contar o número de vezes que vi alguém nesse café que não pertencesse ao corpo docente ou estudantil da escola. Este, se não permitir que se fume no interior, fecha de certeza.
Quarto: este é um problema menor. Sócrates está á frente de um país que lhe deu maioria absoluta, e que vive com sérias dificuldades, na sua maioria. Há pessoas sem casa, há pessoas sem condições, o desemprego aumenta, a cultura degrada-se, as pessoas no geral estão descontentes. E com que se preocupa o primeiro ministro? Com os fumadores que incomodam os não-fumadores no café. De facto, há que admitir: Sócrates tem bem-definidas as suas prioridades, e estão correctas, não haja dúvidas.
Portanto, o primeiro-ministro é um idiota, e eu, na minha insignificância, apelo ao voto em qualquer um dos candidatos de 2009, que não Sócrates. Pessoas como ele devem estar no café, de preferência um onde se fume muito, muito, muito...