Em "The Garden", é impossível evitar o sentimento de confusão: as canções continuam a não ser originais, mas agora, algumas tornaram-se também desinteressantes. São boas composições, complementadas com boas letras e boas vozes, a electrónica tão bem construída como sempre, mas as canções, por vários motivos, não despertam interesse, porque se simplificaram no sentido da pop.
"Futures" e "Throw It All Away" fazem bom começo, envolvente, o problema é que que o que se segue contém raríssimos momentos que consigam, pelo menos, igualar estes dois. O primeiro tem a voz de José Gonzales, e essa voz tem um timbre suave, adapta-se bem, mas não é brilhante. No entanto, a instrumentação, principalmente no final, faz da canção consistente. "Throw It All Away" tem Sia na voz, e é uma boa música alicerçada pela fusão surpeendente do lado acústico com o electrónico, rematada por uma bateria acelerada.
E é precisamente Sia quem engrandece uma boa parte das canções, com a sua excelente performance (Que, de resto, não é surpresa alguma.) sensual e suave, além de grande perfeccionismo. "You´re My Flame" é um exemplo. O instrumental é seguro, mas tem uma beat parecida com alguma que já ouvimos até aqui, e isso torna-se preocupante quando esta é só a quinta faixa. A letra é excelente, ainda que nos relembre demasiado "Somersault".
Ainda sobre Sia, enquanto que "This Pageant Of Bizarre" e "If I Can´t Have You" não são particularmente interessantes, "This Fine Social Scene" acaba por pontuar tanto como "Throw It All Away" (É o tal momento raríssimo que iguala os primeiros.) e "Waiting To Die" vai ganhando consistência quanto mais se ouve, e revela-se uma boa música, interessante no contraste criado pela tonalidade muito alegre com que Sia canta "La, la, la, la, la, we´re waiting to die."
Gonzalez não deixa de despertar interesse por ser uma novidade, mas acaba por não ser uma mais-valia para a dupla ("Futures" só se torna brilhante pelos instrumentos.), e não deixa de parecer um pouco deslocado daqui, por ter uma performance bastante "aluada", e, consequentemente, distante da personalidade musical dos Zero7, e das performances de Sia, Barker, Mozez ou Dico, que se apropriavam mais.
Outro foco de atenção em "The Garden" é este: não só se deixa Tina Dico, como também se deixam colaborações de há muito, Sophie Barker (O seu timbre não era assim tão diferente do de Sia, mas tinham posturas completamente diferentes.) e Mozez (Uma postura oscilante, mas mais rica em emoção do que a voz masculina de agora.), o que faz com que este álbum se apoie imenso em Sia: primeiro porque as músicas de Gonzalez não se destacam assim tanto, como já se disse, e segundo porque as de Sia sim.
Em relação aos temas instrumentais, eles não diferem particularmente do que já se fez nessa área. São boas composições, mas que acrescentam menos do que seria desejável.
Longe de estarem no pico da criatividade e da qualidade, os Zero7 não fizeram um álbum mau, apenas um tanto desinteressante, e caminhando no pouco seguro caminho da pop. Sia ajuda a salvar o trabalho, mas esperemos que no próximo não seja preciso a loirinha estar a salvar os dois senhores...
Veredicto Final: 15/20
Gonzalez não deixa de despertar interesse por ser uma novidade, mas acaba por não ser uma mais-valia para a dupla ("Futures" só se torna brilhante pelos instrumentos.), e não deixa de parecer um pouco deslocado daqui, por ter uma performance bastante "aluada", e, consequentemente, distante da personalidade musical dos Zero7, e das performances de Sia, Barker, Mozez ou Dico, que se apropriavam mais.
Outro foco de atenção em "The Garden" é este: não só se deixa Tina Dico, como também se deixam colaborações de há muito, Sophie Barker (O seu timbre não era assim tão diferente do de Sia, mas tinham posturas completamente diferentes.) e Mozez (Uma postura oscilante, mas mais rica em emoção do que a voz masculina de agora.), o que faz com que este álbum se apoie imenso em Sia: primeiro porque as músicas de Gonzalez não se destacam assim tanto, como já se disse, e segundo porque as de Sia sim.
Em relação aos temas instrumentais, eles não diferem particularmente do que já se fez nessa área. São boas composições, mas que acrescentam menos do que seria desejável.
Longe de estarem no pico da criatividade e da qualidade, os Zero7 não fizeram um álbum mau, apenas um tanto desinteressante, e caminhando no pouco seguro caminho da pop. Sia ajuda a salvar o trabalho, mas esperemos que no próximo não seja preciso a loirinha estar a salvar os dois senhores...
Veredicto Final: 15/20
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