terça-feira, 15 de novembro de 2011

Had I Wist/ Tivesse eu Sabido



Had I wist, when life was like a warm wind playing 
Light and loud through sundawn and the dew's bright trust, 
How the time should come for hearts to sigh in saying 
'Had I wist' 


- Surely not the roses, laughing as they kissed, 
Not the lovelier laugh of seas in sunshine swaying, 
Should have lured my soul to look thereon and list. 


 Now the wind is like a soul cast out and praying 
Vainly, prayers that pierce not ears when hearts resist: 
Now mine own soul sighs, adrift as wind and straying, 
'Had I wist.' 


Algernon Charles Swinburne
A Century of Roundels
Chatto and Windus ed, 1883

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 Tivesse eu sabido, quando a vida era como um vento tépido e feliz, 
Brando e ruidoso na aurora e na névoa brilhante do orvalho, 
Que havia de chegar o tempo em que, suspirando, os corações diriam: 


 " Tivesse eu sabido... " 


Nem sequer as rosas rindo ao beijarem-se, 
Nem, ao sol, o mais encantador riso ondulante do mar, 
Teriam vindo fascinar a minha alma para que neles reparasse. 


 Agora o vento é como uma alma desterrada a rezar inutilmente 
As preces que não conseguimos ouvir se o coração lhes resiste, 
Agora que a minha própria alma, à deriva e perdida como o vento, suspira: 


 " Tivesse eu sabido. "

Algernon Charles Swinburne
trad. Maria de Lourdes Guimarães
Poemas
2006, ed. Relógio d'Água
pintura de Paulo Damião

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