este tempo.
Pela carícia da pele,
nos interstícios
dos poros, a matéria
chora: a vida, essa irrecuperável doença
apunhala-a.
Quem se apercebe
de um tal crime? O Universo?
Mas que outra coisa ele não representa
a não ser um campo de funestas
delícias
onde os sinais da escassez
marcam
em cada minuto de expansão
um pensamento de morte?
A respiração,
esse imperdoável descuido
do nosso coração
desatento?
Eduarda Chiote
A Celebração do Pó
2002, ed. Asa
fotografia de Ralph Eugene Meatyard
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