e hoje vivo a vigília, reparto
os detritos do ouvido (nesses pátios chamam), a poeira urbana.
Se no sono mortal, entre frutos, pensava
na ciência, se os fenos, no exterior,
murmuram; que não recebi dos cereais o
seu dom; nada senti (as úlceras) entre arbustos velhos, portas de sombra
de um só solar; dançam, no peristilo, em pedra, e no entanto
assim dormem (o seu estado: a cerâmica). Só agora me exaltam;
arte, memória, as páginas, na insónia vivem,
lembro, como adormecem os mortos (silêncio vital) no seu tempo.
Fiama Hasse Pais Brandão
(Este) Rosto (1970)
in "Obra Breve"
2007, ed. Assírio e Alvim
imagem de Eduardo Luiz
Sem comentários:
Enviar um comentário