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Mas se o silêncio da praia- onde o mar?-
o silêncio da página
suscitassem essa música do corpo
aqueles membros brancos
vermelhos
em torno ao centro- e a respitração do mar?
Um braço, uma torção do braço pela violência do vento
um cântico na praia
o corpo contra o corpo amante amado?
Uma sílaba apenas verde ou branca
e não o torso musical
e não a pedra do mar o esplendor da praia?
Ninguém ouve o grito sobre o vento
sobre o ventre de ninguém
nada se ouve entre estas pedras
nada e aqui neste deserto
António Ramos Rosa
"As Marcas no Deserto"
&etc, 1978
imagem: Barbara Walraven
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