sábado, 24 de junho de 2006

Black




Pearl Jam





Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay
Were laid spread out before me as her body once did.
All five horizons revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed has taken a turn

Ooh, and all I taught her was everything
Ooh, I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands chafe beneath the clouds
Of what was everything.
Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed everything...

I take a walk outside
I'm surrounded by some kids at play
I can feel their laughter, so why do I sear?
Oh, and twisted thoughts that spin round my head
I'm spinning, oh, I'm spinning
How quick the sun can drop away

And now my bitter hands cradle broken glass
Of what was everything?
All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...

All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be...

I know someday you'll have a beautiful life,
I know you'll be a sun in somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, why can't it be mine????




Música de Stone Gossard, Letra de Eddie Vedder
Os Pearl Jam são considerados os sobreviventes do grunge. O seu primeiro álbum "Ten", ao qual pertence esta canção, foi lançado em 1990. Desde então, a música da banda soma e segue, tendo editados, inclusivé, um álbum ao vivo e um geatest hits. "Black" é uma das canções que mais mexe comigo desde que a ouvi pela primeira vez.
Imagem: "Narciso" de Caravaggio. O seu nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, nasceu em 1571, e foi o primeiro grande pintor do Barroco. A sua técnica denominada tenebrismo viria a ser não só umas das maiores marcas da pintura barroca, como uma influência para os artistas da mesma. Teve uma vida atribulada, e só após a sua morte o seu trabalho começou a ser verdadeiramente apreciado.

sábado, 17 de junho de 2006

Retratos do Românico Rural


Estive a fazer um trabalho para História da Cultura das Artes sobre a igreja romância de São Pedro de Rates, e acabei por me fascinar por ela. Linda, não é???? Fica aí uma vista da abside e dos absidíolos e o tímpano do pórtico principal.
Além disto, ainda estive a ouvir um disco de que gosto bastante, "Canto" da Mísia, onde está este poema da Marquesa de Alorna, adaptado por Vasco Graça Moura, que me parece bastante... ligado... por alguma razão, ao ambiente medieval~...



CANÇÃO DE ALCIPE
(Marquesa de Lorna adp. Vasco Graça Moura)

(na foto, Vasco Graça Moura e a Mísia)
Cantiga
Sozinha no bosque fui
Com meus tristes pensamentos,
Lá calei minhas saudades,
E fiz trégua aos meus tormentos.

Olhei então para a lua
Que as sombras já rasgava,
E no tremular das águas
Seus raios soltava
Seus raios soltava.

Nessa torrente
da despedida
vejo assustada
a minha vida.

Do peito as dores
iam cessar,
voa a tristeza
torna o meu penar.

Do peito as dores
iam cessar,
tornam tristezas
a voar.

O Conto Para Adultos


Seguindo a linha da crítica destrutiva da última mensagem, hoje tenho que manifestar o meu desgrado pelo conto infantil da Pequena Sereia.
A sério que não entendo onde reside a lógica de lhe chamar um conto infantil. Aquilo é um conto para adultos, e só para aqueles que já sabem distinguir muito bem o certo do errado.
Vejamos:
A história, em traços gerais fala sobre uma princesa sereia que vive no fundo do mar com as irmãs, uma espécie de clã, e, um dia, vai a superficie, vê um barco e apaixona-se por um dos marinheiros. Lá está: que raio de pessoa decente é que logo que sai de um lugar para outro diferente se apaixona pelo primeiro que lhe aparece á frente???
O problema reside no facto de ela ser uma sereia, e ele humano, por isso, ela vai á Medusa, uma espécie de bruxa que lhe faz uma poção para ela ficar com pernas, em troca da sua linda voz. Cá está outro erro: até que ponto é que isto promove o amor verdadeiro? Não é suposto a pessoa que nos ama, amar-nos tal como somos? E mais ainda, até onde é educativo incentivar as crianças a recorrer á prática da bruxaria para atingirem os fins?
Continuando, ela vai ter com ele ao barco e ele apaixona-se por ela, assim, só por vê-la. E isto é outro erro: não é um pouco apelativo á superficialidade que ele se apaixone por ela só pelo físico, sem falar com ela? Quer dizer, o corpo é tudo o que interessa. Ele nem quis saber se a Ariel (?) era burra, se era mal educada, se dizia palavrões, se gostava do Ricky Martin... enfim...
Ora, para apimentar um pouco a história, a Medusa transforma-se numa pessoa e apaixona-se pelo princípe tambem. E faz um feitiço para que quando ele a ouvir cantar com a voz da sereia, se apaixone. Mais erros: de novo a incitação ao amor superficial, de novo um incentivo á prática de bruxaria que deve ser ilegal, e ainda por cima, esta parte inaltece a utilização da voz alheia para fins ilícitos! Um escândalo!
Ele apaixona-se, e isto é mau, porque promove a bigamia, e ela, para defender o que supostamente lhe pertence, tenta matar a Medusa. Outro erro: os duelos são proíbidos por lei, a última vez que verifiquei o Diário da República!
Ainda assim, acaba por ser o próprio principe a matar a Medusa. Mais um erro, e este crasso, promove o homicídio! Uma vergonha, sem comentários.
Além de tudo isto, devo referir que acho doentio que nos contos infantis se dê um incentivo ás relações intraespecíficas (entre individuos de espécies diferentes).
Ou seja: "A Pequena Sereia" é uma história profundamente deseducativa, que devia ser transmitida com uma bolinha vermelha no cantinho do ecrã, aliás, duas. A sério, é um caso perdido, não tem ponta por onde se lhe pegue!!!!

Hoje por fim, relembro Sophia de Mello Breyner Andresen

AS ROSAS/ PROMESSA




Quando á noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendessa entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes
Todo o fulgor das tardes luminosas
O vento bailador das primaveras
A doçura amarga dos poentes
E a exaltação de todas as esperas

Quando á noite desfolho e trinco as rosas
és tu a primavera que eu esperava
A vida multiplicada e brilhante
Em que é pleno e perfeito cada instante