terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Perante os Tribunais



somos novatos
como os faunos de granito na pia baptismal
parto ilumindo em que as trincheiras da neblina apertam a fivela prateada
in memoriam.
a disparar tiros do continente esperamos desespero detonações,
galgos negros hirtos
delineandio a serena silhueta orelhas vrdes foliformes e verbosas.
à-beira mar imperturbáveis báculos abandonados na areia
paisagem, pai singular.
o zoom da cinza é uma nódoa de gordura sob um pálio de cetim rosa saloio.
no painel a aromática careta do bagaço
no painel de seda pôr a mão à transparência
pôr a mão na boca de todas as feras.

gótica braguilha da noite
as mulas ácidas no sorriso da lua.
vírus que eu acalento transportada.

como pelo esquecimento.

Regina Guimarães
(Corbe)
Abaixo da Banalidade, Abastança
1980, ed. Helastre
imagem: Paula Rego

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