me suspendo, de um jardim, de um espelho
em reflexão, de um automóvel em corrida,
de mais fundo me suspendo, internamente,
de antes, de cima, do mais fundo estado,
como um dente a entrar no alimento,
como um rio a entrar no estado sólido,
recônditamente entro, reconcentro
os vários sítios no meu centro,
em reflexão.
Luiza Neto Jorge
O Seu a Seu Tempo
1966, ed. Ulisseia
gravura de Francisco Goya y Luycientes
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