VIVIANE “Amores Imperfeitos” (2005)
O primeiro álbum a solo da ex-vocalista dos Entre Aspas (E dos Camaleão Azul e dos Linha da Frente.) produzido pela própria e por Tó Viegas, também ele resgatado dos tempos idos da banda de “Uma Pequena Flor”. Ao longo de 11 canções vamos encontrando autores como Hugo Costa, José Medeiros, Fernando Cabrita, Armindo Marques Araújo, Rui Freire, Nelson Cascais ou Carlos Silva, além da própria Viviane. É fácil perceber as raízes algarvias (!!!) da cantora, pela frescura, luminosidade e leveza das canções. Trunfos como Fado Mambo, Coração Despido, Alma Danada, Toada dos Aguaceiros, Amores (Im)Perfeitos (dueto com José Medeiros), mas principalmente A Vida Não Chega são indispensáveis ao calor do Sol e á proximidade do mar…
Veredicto: 16/20
VANESSA CARLTON “Be Not Nobody” (2003)
Depois de um primeiro disco muito mal sucedido, publicado aos doze anos, Vanessa Carlton fez sucesso com o seu álbum “Be Not Nobody” que dada a qualidade excessiva chegou mesmo aos Grammy Awards de 2003.
A pianista/ cantora é a autora da totalidade das canções (Com excepção feita para a cover de Paint It Black dos Rolling Stones.), canções simples e sofisticadas, essencialmente acústicas, dotadas de um ambiente etéreo ideal para ir ao som do calor. Baladas maioritariamente, claro, desde Sway a Rinse e aos incontornáveis Unsung, Prince e Paradise. A genialidade dos arranjos (Escritos em parceria com o maestro/ produtor executivo/ A&R Ron Fair.) ajuda a abrilhantar a simplicidade sóbria das canções. Excelente, mesmo que (Como eu.) não se suporte ouvir A Thousand Miles, o single de avanço.
Veredicto: 16/20
CORINNE BAILEY RAY “Corinne Bailey Ray” (2006)
“A nova Billie Holliday” e tal… pode até a voz ter semelhanças, mas musicalmente, esta cantora de Leads está a milhas do jazz de Billie Holliday. Quem ainda não ouviu “Put Your Records On” de certeza que não permanecerá nesse estado durante muito mais tempo. A cantora negra de música soul, voz suave e dona de uma inocência mais ou menos evidente estreou-se com um álbum homónimo que caiu imediatamente nas graças da crítica, e que até já começou a gerar burburinho para os Grammy de 2007. Canções simplórias e minimalistas, á base de voz, guitarra, bateria, baixo, teclas e sopros, ideal para aliviar corações em crise por uma ou outra razão.
Veredicto: 14/20
SADE “Lovers Live” (2004)
Em jeito de retrospectiva, esta cantora da Somália apresenta ao longo de um concerto os temas mais marcantes da sua carreira, que já vai longa desde a estreia com “Diamond Life”. Com uma voz dotada de um charme irresistível, e canções muito sensuais, Sade faz desfilar consigo um ambiente etéreo, sonhador e leve. “Paradise”, “Jezebel”, “No Ordinary Love”, “Cherish The Day” e “Somebody Already Broke My Heart” fazem parte do alinhamento, tal como o inevitável “Smooth Operator”. Imperdível. Mesmo.
Veredicto: 17/20
NORAH JONES “Come Away With Me” (2002)
A filha de Ravi Shankar dispensa apresentações, digo eu, principalmente depois de ter arrecadado oito Grammys em 2003, incluindo as categorias mais importantes (Álbum do Ano, Disco do Ano, Canção do Ano, Álbum Pop do Ano, Artista Revelação do Ano). O disco em questão “Come Away With Me” era o primeiro e melhor de dois álbuns que a cantora/ pianista já publicou até agora.
Canções de sonoridade acústica e intimista, quase como que gravadas ao vivo, da autoria de Jesse Harris, Lee Alexander, e da própria Norah Jones, entre outros, além de covers muito interessantes de Turn Me On (Não, não é a do Kevin Lyttle, é de JD Loudermilk) e The Nearness Of You.
Para ouvir debaixo do calor abrasador do sol ou da lua, Cold Cold Heart (cover), Feelin The Same Way, I´ve Got To See You Again, Lonestar, Come Away With Me ou o badaladíssimo Don´t Know Why.
Veredicto: 16/20
DIANA KRALL “The Look Of Love” (2001)
Também Diana Krall dispensa apresentações. Igualmente galardoada nos Grammy Awards constantemente, Diana começou a cantar há muito tempo, exactamente ao mesmo tempo que a sua música começou a ser questionada (Os fãs do Pop dizem que ela canta Jazz, os fãs do Jazz dizem que ela canta Pop, e as pessoas como eu afirmam que ela canta Jazz, ainda que com influencias de outros tipos de música.). “The Look Of Love” viria a ser o último álbum de estúdio a não conter nenhum original (O sucessor “The Girl In The Other Room” conta com canções da autoria de Diana e do marido, Elvis Costello, a par com as versões de Joni Mitchell, Mose Allison, Elvis Costello e ainda o fantástico Love Me Like a Man de Bonnie Raitt.). Aqui se cantam coisas doces como S´Wonderful, Besame Mucho, Maybe You´ll Be There e como o fantástico The Look Of Love, tudo engrandecido por uma orquestra dirigida por Claus Ogerman. Para ouvir repetidamente numa tarde de Sol, e depois, á noite, complementar com “Diana Krall Live In Paris”, onde figuram algumas destas canções, mas ao vivo na cidade da luz.
Veredicto: 17/20
MÍSIA “Drama Box” (2005)
Ao oitavo álbum, Mísia revolta-se. Assume a interpretação de Boleros e Tangos a conviver com os Fados, produzindo sozinha um perfeito álbum de World Music. Neste disco vivem pessoas com dramas, com tristezas e com psicoses, mas todas conscientes disso. Neste disco vivem poemas de Vasco Graça Moura, José Luís Peixoto, Rosa Lobato de Faria, Paulo José Miranda, José Saramago, Natália Correia e Luís Macedo, existem músicas de Armando Manzanero, Astor Piazzola e de muitos outros. Neste disco vivem ainda as vozes de Maria de Medeiros, Fanny Ardant, Ute Lemper, Cármen Maura e Miranda Richardson, as drama queens que interpretam em várias línguas um poema de Vasco Graça Moura que inicia o reportório dos fados do disco, musicado por José Fontes Rocha- Fogo Preso, Feu de Bengale, Firwerk, Fuego Preso e Fireworks, respectivamente. Para ouvir no sol-pôr, principalmente se este coincidir com “Coração Agulha” de Paulo José Miranda e Mário Pacheco.
Veredicto: 20/20
SARAH McLACHLAN “Surfacing” (1997)
Não para um dia de verão, mas para uma noite. Sarah McLachlan é um turbilhão de talento, ela toca vários instrumentos, compõe, escreve e arranja, dá concertos memoráveis ao vivo… enfim. “Surfacing”, o quarto disco de originais desta cantora canadiana foi um grande sucesso, além de ter entrado a matar pelos Grammys.
Sarah conta com uma banda á sua altura em canções muito elaboradas, sem fugirem da simplicidade rock, a par com canções minimalistas em que se acompanha a si mesma no piano, o caso de Do What You Have To Do ou do famosíssimo Angel (Momento alto do filme A Cidade dos Anjos.). Ainda importante é ouvir Building a Mystery, no seu perfeccionismo, Full Of Grace como uma narrativa e ainda o fantástico Black and White, onde Sarah faz praticamente dueto instrumental com Ashwin Sood, baterista e também o seu marido até á data.
Veredicto: 18/20
JEWEL “Spirit” (1998)
Tem oito anos o segundo álbum de Jewel, o primeiro onde a cantora/ guitarrista do Alasca se faz acompanhar por uma banda (Em vez de gravar em directo com a guitarra como na estreia “Pieces Of You”.), mas qualquer apreciador de música, não deixa de gostar dela por ter mais ou menos tempo. “Spirit” é feito quase como que a apalpar terreno, no que diz respeito a explorar instrumentos como o piano, o baixo, a guitarra eléctrica ou a bateria, tudo isto com a ajuda do produtor Patrick Leonard (Que produziu “Ray Of Light” de Madonna, o (Segundo dizem.) melhor disco da rainha da pop.). A sonoridade parece realmente remeter-nos ao mar, desde Deep Water a Barcelona, Do You ou Life Uncommon, mas principalmente Down So Long.
Sem nunca perder de vista o minimalismo que a caracteriza (Esquecendo o devaneio pop de “0304”.), Jewel apresenta uma série de canções muito positivas, adornadas de uma sensação agradável proporcionada pela voz que sopra como se fosse vento.
Veredicto: 16/20
KATE WALSH “Clocktower Park” (2004)
Kate Walsh é uma cantora/ compositora/ guitarrista inglesa de 21 anos. Só muito recentemente conseguiu o reconhecimento que tanto merece pelas terras de Sua Majestade. Ainda que no nosso paísinho não tenha feito nenhum sucesso memorável, já passou por cá várias vezes acompanhada pela sua guitarra acústica. Não sei bem para que momento do dia, mas diria que para o por do sol, fim de tarde… enfim, estas canções têm uma espécie de aura negra, escondida por uma suavidade proeminente, ou seja, Kate Walsh conseguiu por duas sonoridades opostas no mesmo disco, e ás vezes na mesma canção (Veja-se Impressionable, um dos melhores momentos do disco.). Canções simples, acústicas na sua totalidade, com guitarras aos saltos, pianos discretos, baterias fortes e arranjos minimalistas. Memoráveis Animals On Fire, Quicksand, Same Old, Holes In My Jacket e principalmente It´s Never Over.
Veredicto: 17/20