sexta-feira, 6 de março de 2009

era suposto estar a dormir, mas não tenho grande sono

e já que estou numa de mandar foder quem me irrita, aproveito, e mando foder, além da confap, a generalidade das pessoas que ao longo da minha vida me aborreceram com problemas menores que os meus, e aproveito também para me mandar foder a mim mesmo por já ter aborrecido com os meus problemas pessoas que tinham outros problemas piores que os meus.
Exemplo:
Certa manhã, estava eu numa aula qualquer, e recebi uma mensagem da Cilla a dizer que tinha que almoçar com ela. Respondi que sim, e, como fiz sempre que ela me mandou um convite daqueles, mandei uma mensagem à Catarina a dizer que tinha que almoçar connosco porque de maneira nenhuma eu ia ficar a ouvir a Cilla on and on sobre coisas que já tinham começado há um ano atrás. Mas a Cilla antecipou-se e disse que tinha que ser sozinhos.
Uma hora depois, eu estava sentado a fitar atentamente o meu próprio monte de batatas do McDonald´s e a tentar não vomitar, não sei se essa vontade vinha do monte de batatas ou do monólogo da Cilla ao qual eu estava condenado.
De qualquer maneira, "Tenho cinco rapazes interessados em mim, mas só gosto de dois, e desses dois só um é que realmente me arrebata"
a mim arrebata-me que tenha voltado a comer hamburgueres, eu que detesto o McDonalds, e que ainda tenha um monte de batatas para comer e nem as consiga comer em paz porque estou a ser arrebatado pelos teus problemas. Tudo certo, faz parte de ser amigo. Mas, aparentemente, a algumas pessoas escapa muitas vezes a divisória entre amizade e psiquiatria.
Vou começar a cobrar. Pena que estou numa faculdade diferente da da minha potencial melhor paciente.
Sabes que mais, Cilla? "Nunca durmas toda nua. A casa pode arder, e depois tens que ficar cá fora... PELADA... enquanto os bombeiros apagam o fogo"

3 comentários:

Graça Martins disse...

Pois, mas deu-te uma luz no cerebrelo. Começas a perceber que a amizade não é tão espontânea como parece. E que muitas vezes é uma grande seca e tem relações de poder, para já não falar de predadores atentos à boa vontade de certos ouvintes. Comigo só se valer a pena olhar para a cara do interlocutor/a. Sou muito radical. Se não der para desligar o som,e visualmente nada tiver interesse, prefiro não estar disponível. Já não tenho pachorra para consultas.
Estou muito treinada para observar casos clínicos, que não vão a lado nenhum, e estão consolados a descarregar alguma agressividade verbal em cima de alguém.
Aprecio a tua lucidez.

Anónimo disse...

Ai Joao...se calhar as tantas ias para psiquiatria..cada vez mais vai ser uma daquelas profissoes que crescem desmesuradamente em pouco tempo...é preciso acompanhar o crescimento dos casos de 'maluquice' - ou maluqueira-...que é a doença dos malucos... =p

Aproveito para manifestar o meu afecto por ti e dizer-te que nao me esqueci dos teus anos... (apenas nao tenho dinheiro no telemovel =p).. Por isso meu caro Joao... Parabéns =)

Beijinho!*

Anna Relvas disse...

Vim aqui desaguar enquanto procurava coisas sobre a banda portuguesa A Naifa. Tens uma imagem deles algures neste blog, consta-me. Isso dos amigos e dos montes de entulho em que enterram com os seus problemas é uma coisa que não serve nenhum propósito: nem o deles, porque raramente sabemos que lhes dizer tal é a complexidade e a gravidade do seu problema (como se vê no teu caso :) ) nem o nosso de seres egocêntricos com uma necessidade doentia de nos sentirmos úteis para nos sentirmos bem. Já desiti. I hate people, costumo brincar. Outra coisa interessante - várias - Fiona Apple, Muse, "Something in the Way" ... coincidências quase genéticas ;)