Parece que a editora Quasi entrou em falência. Já muito se discorreu sobre a editora enquanto esta esteve activa, e mais se discorre agora que termina.
Já que todo o tipo de pessoas está a falar do assunto, portanto, não vejo razões para eu mesmo o não fazer.
Para começar, esta notícia em nada me surpreende. Numa editora que nos habituou à pordução massiva de livros, que saíam às dezenas por ano; não deixa de se estranhar que este ano tão poucas notícias nos tenham chegado de Famalicão. Um quarto livro de Rui Lage, um novo original de Rosa Alice Branco, o volume de piedade de Nuno Morais da Rocha e… pouco mais.
“Vissicitudes da crise…” pensei eu. No entanto, parece que essas vissicitudes realmente afectaram a editora de Jorge Reis-Sá.
Àparte de méritos e desméritos deste como autor, como editor, os seus méritos e desméritos são mais que evidentes.
Por um lado, frequentemente Jorge Reis-Sá publicou verdadeiras peças de lixo, nomeadamente no que toca aos novos autores, apostando em poesia ou pretensa poesia de todos os tipos e todas as qualidades.
As qualidades gráficas da editora também deixavam muito a desejar. Capas sem qualquer estilo que identificasse a editora, usando todo o tipo de fotografias vulgaríssimas, desenhos taxtativos, e, por vezes, capas sem conexão alguma com o conteúdo dos livros. Digamos que, se julgássemos os livros só pela capa, teria sido a ruína de “As Fábulas” de Fiama, ou de quase todos os que publicou de Ramos Rosa, etc.
Ainda assim, Jorge Reis Sá pode orgulhar-se de ter publicado muitos autores que outros editores não publicaram (Por questões de táctica, etc.), e de, no meio de muito lixo, ter realmente publicado verdadeiras obras-primas. A reter, as obras reunidas de Isabel de Sá e Rosa Alice Branco, vários originais de António Ramos Rosa, um dos mais interessantes livros de Maria Teresa Horta, o livro de Eduarda Chiote que recebeu o prémio Teixeira de Pascoaes, o último original de Fiama Hasse Pais Brandão, um original de Helga Moreira, outro de Jorge Sousa Braga, outro de Manuel Cintra, antologias de Adília Lopes, Al Berto, Carlos de Oliveira ou Pedro Homem de Mello, bem como os primeiros livros de autores como Tiago Araújo, tendo, portanto, sido ele a abrir as portas a autores que só mais tarde viriam a publicar noutras editoras, e portanto, a receber críticas (Nomeadamente de António Guerreiro, que só conta as bibliografias a partir da Averno.).
No meio disto tudo, há que ver que, mesmo sendo de gosto duvidoso, Jorge Reis Sá merece alguns méritos. Só porque é justo que assim seja.
Já que todo o tipo de pessoas está a falar do assunto, portanto, não vejo razões para eu mesmo o não fazer.
Para começar, esta notícia em nada me surpreende. Numa editora que nos habituou à pordução massiva de livros, que saíam às dezenas por ano; não deixa de se estranhar que este ano tão poucas notícias nos tenham chegado de Famalicão. Um quarto livro de Rui Lage, um novo original de Rosa Alice Branco, o volume de piedade de Nuno Morais da Rocha e… pouco mais.
“Vissicitudes da crise…” pensei eu. No entanto, parece que essas vissicitudes realmente afectaram a editora de Jorge Reis-Sá.
Àparte de méritos e desméritos deste como autor, como editor, os seus méritos e desméritos são mais que evidentes.
Por um lado, frequentemente Jorge Reis-Sá publicou verdadeiras peças de lixo, nomeadamente no que toca aos novos autores, apostando em poesia ou pretensa poesia de todos os tipos e todas as qualidades.
As qualidades gráficas da editora também deixavam muito a desejar. Capas sem qualquer estilo que identificasse a editora, usando todo o tipo de fotografias vulgaríssimas, desenhos taxtativos, e, por vezes, capas sem conexão alguma com o conteúdo dos livros. Digamos que, se julgássemos os livros só pela capa, teria sido a ruína de “As Fábulas” de Fiama, ou de quase todos os que publicou de Ramos Rosa, etc.
Ainda assim, Jorge Reis Sá pode orgulhar-se de ter publicado muitos autores que outros editores não publicaram (Por questões de táctica, etc.), e de, no meio de muito lixo, ter realmente publicado verdadeiras obras-primas. A reter, as obras reunidas de Isabel de Sá e Rosa Alice Branco, vários originais de António Ramos Rosa, um dos mais interessantes livros de Maria Teresa Horta, o livro de Eduarda Chiote que recebeu o prémio Teixeira de Pascoaes, o último original de Fiama Hasse Pais Brandão, um original de Helga Moreira, outro de Jorge Sousa Braga, outro de Manuel Cintra, antologias de Adília Lopes, Al Berto, Carlos de Oliveira ou Pedro Homem de Mello, bem como os primeiros livros de autores como Tiago Araújo, tendo, portanto, sido ele a abrir as portas a autores que só mais tarde viriam a publicar noutras editoras, e portanto, a receber críticas (Nomeadamente de António Guerreiro, que só conta as bibliografias a partir da Averno.).
No meio disto tudo, há que ver que, mesmo sendo de gosto duvidoso, Jorge Reis Sá merece alguns méritos. Só porque é justo que assim seja.
2 comentários:
What the big fat f..k is "desméritos"?
Neologismar por aí?
exacto, "neologismar". boa sugestão.
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