Hoje é o aniversário da morte de Amália, o que implica que invariavelmente se fale dela. Penso que é uma daquelas coisas que fazem parte de nós enquanto país, lembrar os grandes quando nos lembramos que eles já morreram.
Já por algumas vezes fui deixando aqui "marcas" da fadista, poemas, vídeos, e até um comentário duma prof de geometria que tive.
No entanto, se há dia em que, quanto mais não seja para não falhar à memória, se me impõe falar de Amália, esse dia é hoje.
Obviamente não vou desperdiçar palavras a falar sobre o falado, a dizer como Amália foi extraodrinária fadista, extraordinária mulher. Do meu ponto de vista pessoal, nada disso faz a cantora crescer e chegar onde chegou. Penso que a sua "eternização" se deve, acima de tudo, ao facto de Amália ser um estado de espírito. Daí que se não confunda nem tenha pares, nem possa ser reduzida musicalmente ao rótulo de fadista, cabendo-lhe, penso, com toda a justiça, o nome de Grande, que há já muito lhe deram.
Num artigo do JN de hoje, no entanto, há algo que tenho que reparar. Fala-se da nova estirpe de fadistas, onde incluem, e muito bem, os nomes de Ana Moura e Mariza.
Ainda assim, há um nome que não foi referido na geração anterior a esta: Mísia. Penso que, depois de Amália, Mísia é o mais incontornável nome do fado, pela qualidade da voz, do reportório e, acima de tudo, da originalidade. Mísia provou-nos que o fado é mais do que uma canção "nacional", de um cartão de visita deste país. Exactamente o mesmo que Amália fez há que anos atrás.
Também Mísia tem sido mal tratada, ignorada, injuriada e muito mais bem recebida no estrangeiro do que aqui. Exactamente o mesmo que a Amália aconteceu há que anos atrás.
Fica a sugestão.
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