Quem viu barcos
ir ao fundo
tem nos olhos a certeza
aposta firme na boca
rude descrença na reza
Quem viu barcos trazer escravos
munições e artifícios
figueira brava na costa
açoite preso no riso
Quem viu barcos
magoá-lo,
ferros, lavas e palmeiras
descrê santos e novenas
nega laços, destrói cercos,
toma ventos por lareiras.
Fátima Maldonado
A Urna no Deserto
1989- frenesi
imaegem: Nan Goldin
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