quarta-feira, 28 de maio de 2008

2 poemas de Isabel de Sá

"A cinza de luz é tanta que não posso abandonar-me.

Lento sofrimento este
sem tocar dedos de sombra, queimaduras ou luva.
Ou respirar de outro ser, tão fuído, desolado e frio"
em "Restos de Infantas", 1984





"Um rapaz amarra-se á noite. Queima os dedos em papel de estanho. A chuva violentíssima e a pétala vermelha do braço eclodia. Outro espaço e outro iluminados em cadeia, o olhar do rapaz. Pele de estranho brilho."

em "Nervura", 1984

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