quarta-feira, 15 de abril de 2009

um poema

O meu coração desce,
Um balão apagado...
-Melhor fora que ardesse,
Nas trevas incendiado.

Na bruma fastidienta,
Como um caixão à cova...
-Porque antes não rebenta
De dor violenta e nova?!

Que apego ainda o sustém?
Átomo miscerando...
-Se o esmagasse o trem
Dum comboio arquejando!...

O inane, vil despojo
Da alma egoísta e fraca!
Trouxesse-o o mar de rojo,
Levasse-o na ressaca.

Camilo Pessanha
CLEPSIDRA

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