O espectáculo/ manifestação religiosa surpreendeu-o tanto que decidiu filmá-lo. Ao resultado chamou "Acto de Primavera".
O que é interessante neste acto é a destruíção (Ou depuração.) pela total fusão entre a realidade e a encenação, o documentário e a ficção:
é certo que Oliveira filmou o teatro popular. Mas ele não deixa de ser teatro, e daí, uma representação.
Mais ainda, é interessante ver a inocência, o não profissionalismo dos actores: há que não esquecer que estemos, acima de tudo, perante uma manifestação popular religiosa.
E o que, em conceito, é uma excelente ideia, na prática, e a meu ver, resulta muito menos bem.
Se, por um lado, algumas expressões (De aspecto e/ou de encenação.) de Nicolau da Silva o fazem um verdadeiro sósia de Cristo, ou Maria Madalena surpreende pela ambiguidade ao beijar-lhe os pés; por outro lado o filme não deixa de oferecer um ruído excessivo, principalmenta nas vozes das mulheres ao cantar que, ainda que por tradição agúdas, não deixam de ser excessivas e muitas vezes torna-se impossível entender o que os actores dizem.
Também por tradição, os personagens, ao cantar, entoam sempre as mesmas melodias, mas ao longo de 90 minutos, estas tornam-se repetitivas e, sinceramente, irritantes.
O final também não abona a favor desta película. As imagens de Cristo crucificado entrecortadas por imagens documentais da bomba atómica, não deixam de ser moralistas e fundamentalistas.
Aparentemente, "Acto de Primavera" foi um dos filmes mais controversos de Manoel de Oliveira. Eu elogio o conceito, mas não fiquei particularmente bem-impressionado com o resultado.
E o que, em conceito, é uma excelente ideia, na prática, e a meu ver, resulta muito menos bem.
Se, por um lado, algumas expressões (De aspecto e/ou de encenação.) de Nicolau da Silva o fazem um verdadeiro sósia de Cristo, ou Maria Madalena surpreende pela ambiguidade ao beijar-lhe os pés; por outro lado o filme não deixa de oferecer um ruído excessivo, principalmenta nas vozes das mulheres ao cantar que, ainda que por tradição agúdas, não deixam de ser excessivas e muitas vezes torna-se impossível entender o que os actores dizem.
Também por tradição, os personagens, ao cantar, entoam sempre as mesmas melodias, mas ao longo de 90 minutos, estas tornam-se repetitivas e, sinceramente, irritantes.
O final também não abona a favor desta película. As imagens de Cristo crucificado entrecortadas por imagens documentais da bomba atómica, não deixam de ser moralistas e fundamentalistas.
Aparentemente, "Acto de Primavera" foi um dos filmes mais controversos de Manoel de Oliveira. Eu elogio o conceito, mas não fiquei particularmente bem-impressionado com o resultado.
1 comentário:
Não se esqueçam que este filme foi feito por agricultores e pouco mais que nem ler sabiam... alem disso e uma demonstração religiosa feita apenas para celebrar a vida de cristo, e isso deve ser louvado.
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