Habitar dias expulsos, quase inerme,
inteiramente sustendo leveza e paixão, o linho
em noites azulíssimas.
E contudo pária, canto que escrevo e perfeito em todo o crime.
Olhar o corpo, a pedra no corpo, a rebentação no olhar,
lugar onde um só ser teria nome.
Ter lembrada a distância, o desejo no rosto imóvel,
escrita mediúnica de fim de tempo
eterno voo.
Helga Moreira
excerto de "Sangue, Versos e um Nome"
inéditos publicados na antologia "Amor Luxúria e Morte",
Mirto editora, 1987- esgotado
imagem: William Turner, "Os Pescadores no Mar"
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